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Polícia prende o segundo suspeito de participar na execução do delator do PCC

Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos.
Foto: Ítalo Lo Re/Estadão / Estadão

A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (9), o segundo suspeito de envolvimento no assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, ocorrido no dia 8 de novembro.

Matheus Augusto de Castro Mota, foi preso em um apartamento no bairro Canto do Forte, na Praia Grande, no litoral paulista. O imóvel foi cercado por policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e o homem foi detido sem resistir à prisão. Ele é acusado de emprestar os dois carros usados na fuga: um para o olheiro Kaue do Amaral e outro para os atiradores. A Justiça já havia decretado a prisão temporária dele (válida por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período).

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) publicou nas redes sociais que “policiais do DEIC acabam de prender Matheus Augusto de Castro Mota, que teve mandado de prisão temporária expedido após trabalho de inteligência da força-tarefa que investiga o assassinato de Vinícius Gritzbach. Suspeito de facilitar a fuga dos atiradores, Matheus foi encontrado em Praia Grande e já está sendo conduzido para o DHPP”.

Em nota, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) informou que “policiais do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam hoje (dia 09) Matheus Augusto de Castro Mota, procurado por envolvimento na morte de Vinicius Gritzbach, crime ocorrido em 08 de novembro, no Aeroporto de Guarulhos”.

Ainda segundo a nota, “Matheus foi identificado pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) como um dos envolvidos no crime. Ele foi encontrado pelos policiais do DEIC escondido em um apartamento no Bairro Canto do Forte, no município de Praia Grande, litoral Paulista. Será apresentado na sede do DHPP, na Rua Brigadeiro Tobias, 527”.

Na madrugada de sábado (7), Matheus Soares Brito foi preso. Segundo a polícia, ele é o principal alvo das investigações, suspeito de ter auxiliado o olheiro Kauê do Amaral Coelho a fugir de São Paulo, após a execução de Gritzbach e de ter ficado com o celular dele.

Kauê foi apontado pelas autoridades como o “olheiro” que avisou os atiradores sobre a chegada do empresário no aeroporto. Ele também foi o primeiro suspeito identificado pela força-tarefa.

Em depoimento, Matheus confirmou que conhece Kaue e que foi até a casa dele pegar objetos pessoais e roupas, mas negou ter viajado com o olheiro.

Ele teve a prisão temporária, de 30 dias, decretada.

Outros dois homens, suspeitos de participarem do crime, foram presos em flagrante por porte ilegal de munições de uso restrito na sexta-feira (6). Eles são Marcos Henrique Soares Brito (irmão de Matheus) e o motorista Allan Pereira Soares (tio de Matheus e Marcos).

Na audiência de custódia neste sábado (7), a Justiça considerou as prisões ilegais. Allan Soares e Marcos Henrique Soares tiveram prisão em flagrante relaxada “por ilegalidade, com pedido neste sentido da representante do Ministério Público”, afirmou o Tribunal de Justiça.

A principal suspeita da polícia é de que o PCC esteja por trás do crime em razão da morte do traficante Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, em 2021, da qual o delator era acusado de ser o mandante. Gritzbach havia firmado acordo de delação premiada com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e também falou sobre casos de corrupção policial.

A delação de Gritzbach teria indicado que havia policiais que manipulavam inquéritos para livrar integrantes do PCC da acusação de crimes, mediante pagamento de propinas. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.

Gritzbach havia acabado de chegar de viagem com a namorada no dia 8 de novembro e seria recebido no aeroporto pelo filho e um grupo de quatro seguranças, composto por PMs que faziam a proteção do empresário. No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado falha mecânica. Três dos seguranças, então, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

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