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Policiais são condenados a mais de 14 anos de prisão por matar cantor sertanejo, em Goiás

Boni Júnior foi morto com um tiro na cabeça, em Goiatuba – Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Três policiais militares foram condenados a 14 anos e 3 meses de prisão por matar o cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, em 2012, na cidade de Goituba. A decisão, tomada em júri popular, definiu que Silmar Silva Gonçalves, André Luís Rocha e Aluísio Felipe dos Santos devem cumprir pena em regime fechado.

O julgamento aconteceu na quarta-feira (28) e durou cerca de 15 horas. O júri não reconheceu as teses de homicídio culposo – quando não há a intenção de matar – defendidas pelos advogados dos policiais, mas reconheceu a qualificadora do uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, da promotoria.

Silmar Silva Gonçalves

  • Pena: 14 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.
  • Envolvimento: Foi considerado culpado pelo homicídio qualificado com uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. A tese de homicídio privilegiado sob violenta emoção foi negada pelo júri, assim como a participação de menor importância.

André Luiz Rocha

  • Pena: 14 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.
  • Envolvimento: Foi considerado culpado pelo homicídio qualificado sob a qualificadora de uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Assim como no caso de Silmar, o júri negou a tese de homicídio privilegiado e a participação de menor importância.

Aluísio Felipe dos Santos

  • Pena: 14 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.
  • Envolvimento: Foi considerado culpado pelo homicídio qualificado com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A tese de homicídio privilegiado foi rejeitada, e o júri também não reconheceu sua participação como sendo de menor importância.

Silmar e André Luís atualmente são PMs da reserva, ou seja, não desempenham mais funções, mas ainda fazem parte da estrutura da Polícia Militar. Com isso, Aluísio foi o único que perdeu o cargo de policial, pois o crime foi praticado enquanto ele estava no exercício da função pública.

Em 2016, houve a primeira sessão do júri popular sobre o caso, em que o conselho concluiu que os policiais mataram o cantor, mas não tiveram a intenção, o que deixou a família da vítims inconformada. Após recurso, a decisão do júri foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Goiás, por entender que a decisão foi manifestamente contrária à prova dos autos, com a determinação da realização de novo julgamento.

A sentença, porém, não determinou a perda da aposentadoria dos demais réus, pois não há previsão legal para isso.

Boni Junior foi morto com um tiro na cabeça, na madrugada de 28 de outubro de 2012, na GO-515, uma área rural de Goiatuba, após bater em uma viatura da Polícia Militar, deixando um policial ferido. 

A sentença cabe recurso, a defesa dos três PMs disse que vai recorrer da condenação.

fonte: g1

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