Cidades

Presidente do Atlético-GO pediu que envolvidos em manipulação de jogos de futebol sejam ‘banidos do esporte definitivamente’

Adson Batista disse que apoia operação que prendeu 3 suspeitos e cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, sendo um deles na casa do jogador Moraes, lateral esquerdo do time goiano.

O presidente do Atlético Clube Goianiense Adson Batista fez um post nas redes sociais pedindo que os envolvidos em manipulações de jogos de futebol sejam “banidos do esporte definitivamente”. Ele disse que apoia a operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que prendeu três suspeitos e cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, sendo um deles na casa do lateral esquerdo do time goiano Moraes Junior, que é um dos alvos da operação.

“O futebol é um patrimônio imaterial e não pode ser atacado por criminosos. Apoio o movimento para que todos os envolvidos sejam banidos do esporte definitivamente”, escreveu Adson, no post.

Na publicação, Adson Batista ainda pediu ainda que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trabalhe para banir os culpados e proteger os clubes.

“Estes esclarecimentos são importantíssimos para que os clubes também possam se proteger de crimes relacionados às apostas. A @CBF_Futebol, como entidade máxima do futebol brasileiro, tem que trabalhar para banir os culpados, protegendo clubes, entidades, torcedores e toda a comunidade que o futebol representa”, disse.

A assessoria do Atlético-GO disse que não vai se manifestar especificamente sobre o caso de Moraes. Por sua vez, a defesa do jogador disse que ele continua trabalhando no time e que está confiante, pois “nunca prejudicou ninguém”.

“O Moraes está bem confiante porque ele nunca prejudicou ninguém. Não está envolvido com nenhuma operação de manipulação, nunca vendeu o jogo e prejudicou ninguém. Ele está trabalhando, é profissional e pai de família”, disse Tiago Lenoir, advogado do jogador.

Outros nomes

Nomes de outros quatro jogadores foram confirmados como alvos da segunda fase da operação. Confira:

  • Victor Ramos, ex-Palmeiras, Vasco e Vitória, e atualmente zagueiro na Chapecoense;
  • Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport Recife;
  • Kevin Lomonaco️️️, jogador do Red Bull Bragantino;
  • Gabriel Tota, jogador do Esporte Clube Juventude;
  • Eduardo Bauermann, do Santos.

A defesa de Kevin Lomonaco disse que está ciente da investigação e que os advogados atuam na defesa do atleta. .

Em nota, o Sport de Recife e o Red Bull Bragantino se posicionaram. O Sport informou que “as condutas antidesportivas ferem princípios básicos e inegociáveis ao Clube, como a ética e moral, portanto, não condizem com a história do Sport”.

O Bragantino publicou um comunicado no site oficial e disse que “tem tolerância zero com qualquer atitude que possa ferir a idoneidade do esporte e vá contra os valores e dignidade de todos”.

g1 ainda entrou em contato com a Chapecoense e o Esporte Clube Juventude e aguarda retorno.

Jogadores Victor Ramos, Igor Cariús, Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️, investigados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás — Foto: Julia Galvão/ACF, Marlon Costa/Pernambuco Press e Reprodução/Instagram Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️

Jogadores Victor Ramos, Igor Cariús, Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️, investigados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás — Foto: Julia Galvão/ACF, Marlon Costa/Pernambuco Press e Reprodução/Instagram Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️

Como o grupo agia?

O MPGO, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), já apurou que o grupo criminoso conseguiu manipular resultados de jogos de futebol após subornar jogadores.

A investigação mostrou que os jogadores recebiam entre R$ 50 mil e 100 mil para que realizassem ações específicas durante as partidas como cartão amarelo, vermelho, pênalti e escanteio.

Na primeira fase da operação que foi deflagada em fevereiro, a investigação mostrou que o esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo. Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamentos do “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.

Na segunda fase, o Ministério Público descobriu que o grupo investigado pedia também aos jogadores que eles tomassem cartões amarelo e vermelho, além do pedido para a derrota de um time. De acordo com o MP, há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, usando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar o retorno financeiro.

Foto mostra Ministério Público de Goiás em casa de investigado na Operação Penalidade Máxima — Foto: Divulgação/Ministério Público

Foto mostra Ministério Público de Goiás em casa de investigado na Operação Penalidade Máxima — Foto: Divulgação/Ministério Público

Nota Atlético-GO

“A respeito da Operação Penalidade Máxima II, o Atlético Clube Goianiense exalta e apoia toda a iniciativa que busca a transparência no futebol.

Somos favoráveis a uma completa apuração das denúncias relacionadas à manipulação de resultados. Defendemos que os culpados sejam responsabilizados, mas que também não aconteçam julgamentos precipitados ou injustiças.

Não podemos permitir que a comunidade do futebol seja prejudicada por irresponsáveis. Propomos uma junção de todas as instituições para estiparmos do nosso meio esse mal que ameaça a lisura do esporte.”

Fonte: g1

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo