Incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Goiás – Foto: Divulgação/ICMBio
A operação para combater os incêndios na Chapada dos Veadeiros prendeu duas pessoas e aplicou multas que podem chegar a R$ 50 milhões. A informação foi repassada pelo gerente de emergências ambientais da Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Sayro Reis, nesta sexta-feira (10).
“Mais de 80 processos administrativos vão ser feitos, mais de 2,5 mil km foram percorridos por nossas equipes. As multas nesses locais vão de R$ 20 mil até R$ 50 milhões”, explicou.
Na região nordeste do estado, mais de 100 mil hectares foram queimados. De acordo com Sayro, as multas serão aplicadas a partir de R$ 20 mil por hectare. Ele pontuou que a maior parte do fogo na região foi iniciado em pequenas propriedades rurais e atingiu outras áreas.
Um fogo que é colocado em uma propriedade com o objetivo de queimar uma folhagem ou uma renovação de pasto rapidamente vira um grande incêndio que queima 30 mil hectares”, pontuou o gerente.
A ação foi realizada pela Semad, por intermédio do Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais, incluindo o Corpo de Bombeiros, as secretarias da Educação (Seduc), de Comunicação (Secom), e de Saúde (SES), a Agrodefesa, Goinfra, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica.
Os locais fiscalizados foram os municípios de Niquelândia, Cavalcante, Alto Paraíso e Flores de Goiás. As equipes foram a campo com imagens de satélites, já produzidas, que indicam onde as cicatrizes de fogo começam.
Após quase duas semanas de trabalho, o incêndio no município de Cavalcante foi contido, em meio às dificuldades de acessar o território montanhoso. No entanto, agentes ainda atuam para controlar outros focos na região da Chapada dos Veadeiros.
Durante a coletiva de imprensa, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO), Washington Luiz Vaz Júnior, contou que a ação mobilizou mais de 350 bombeiros.
“Nós entendemos que mais de 90% dos incêndios são provocados por pessoas. Junto com a Polícia Civil, nós buscamos pessoas que estavam colocando fogo em vegetação, porque isso é crime, muitos ainda entenderam que é crime e uma questão de saúde pública,” disse.
Segundo o comandante, neste ano foi ultrapassado a média de hectares queimados em 2024, que havia sido 700 mil. Somente em 2025, esse número chegou a 870 mil no estado.
Prisões e investigação
Daniel Vilaverde, agente da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), contou que uma empresa e um produtor rural foram autuados por incêndio criminoso durante a Operação Abafa.
De acordo com o agente, a perícia já foi realizada e um procedimento criminal será encaminhado. Os casos foram localizados em Alto Paraíso e Teresina de Goiás. No entanto, a autoria dos grandes focos de incêndio ainda está sendo investigada.
Desde julho deste ano, foram realizadas 15 prisões em flagrante em Goiás e 70 procedimentos foram instaurados devido às queimadas, conforme informado por Vilaverde.
