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Putin afirma que líder do Grupo Wagner cometeu sérios erros

Na primeira manifestação de uma autoridade russa sobre a morte do líder do grupo mercenário Wagner, o presidente Vladimir Putin afirmou nesta quinta (24) que Ievguêni Prigojin era um “empresário talentoso”, mas que “cometeu alguns erros sérios em sua vida”.

Prigojin liderou, há dois meses, um levante contra a cúpula militar russa após ter a liberdade de ação de seu grupo ameaçada pelos seus rivais nas Forças Armadas. Atuante na Guerra da Ucrânia, ele negou depois que seu alvo fosse o presidente, de quem o “chef de Putin” era amigo pessoal.

O presidente russo falou em comentários gravados para a TV estatal. “Ele era um homem com um destino difícil. Ele cometeu alguns erros sérios em sua vida”, afirmou. Ofereceu “sinceras condolências” à família de Prigojin e das outras nove pessoas mortas na quarta (23), quando um avião do Wagner caiu naquilo que aliados e analistas veem como uma provável ação do Kremlin.

Putin elogiou o ex-aliado, o chamando de “empresário talentoso”, a quem conhecia desde que começou na política nos anos 1990 na prefeitura de São Petersburgo, cidade natal de ambos. Lá, o restaurante do ex-presidiário Prigojin atraía políticos, e ele acabou fornecendo serviços de alimentação ao governo russo e ao Kremlin após a ascensão do líder, em 1999.

Diversificou tanto sua atuação que foi estimulado, por contratos oficiais que chegaram segundo Putin a US$ 1 bilhão anual em 2022, a montar do grupo mercenário em 2014. Atuou na anexação da Crimeia e passou a vender seus serviços a diversos países africanos e à Síria.

No ano passado, virou instrumento importante na invasão russa da Ucrânia, entrando em atrito com os militares, que não gostaram de ver seu espaço disputado. A crise desaguou no motim encerrado com um acordo obscuro no dia 24 de junho.

“Ele alcançou os resultados necessários para si e no esforço conjunto que eu pedi que ele realizasse nos últimos meses”, disse Putin, numa referência indireta à tomada da estratégica cidade de Bakhmut, na Ucrânia, numa batalha que o Wagner disse ter perdido 16 mil soldados.

Putin prometeu uma “investigação completa” sobre o incidente com o avião, mas afirmou que isso deverá “levar algum tempo”.

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