Putin implacável, desafetos morrem de maneira suspeita
O lider do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu na quarta-feira (23), após a queda de um avião nos arredores de Moscou, confirmou a Autoridade Russa de Aviação Civil, um órgão equivalente à Anac no Brasil. A suspeita é que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteja por trás do incidente. Em 23 de junho, Prigozhin, então braço direito de Putin, articulou uma rebelião contra o governo do mandatário e depois recuou. À época, Putin definiu a tentativa de motim como uma ‘traição’ e prometeu punir o responsável. Veja a seguir outras pessoas que Putin é suspeito de ter matado:
Em 25 de dezembro de 2022, o magnata russo Pavel Antov morreu, após ter caído da janela de um hotel, em Rayganda, na Índia, dias depois de seu 65º aniversário. O deputado milionário criticou a guerra de Putin contra a Ucrânia no WhatsApp por um ataque com mísseis em Kiev, capital da Ucrânia, mas rapidamente apagou a mensagem e alegou que outra pessoa a escrevera.
Em setembro de 2022, Ravil Maganov, presidente da Lukoil, empresa de gás e petróleo, morreu sob circunstâncias parecidas — ao cair da janela de um hospital, em Moscou. Ele também criticava abertamente a invasão da Ucrânia pela Rússia e apelou ‘ao fim mais rápido do conflito armado’, conforme foi mostrado em um relatório. Uma declaração, agora excluída da Lukoil, alegava que o homem, de 67 anos, havia morrido em decorrência de uma ‘doença grave’.
Em agosto de 2022, o corpo do empresário Dan Rapoport foi encontrado em frente a um prédio em Washington D.C., capital do país. Ele também criticava abertamente a guerra de Putin e apoiava a Ucrânia nas redes sociais. Segundo a polícia, ele carregava consigo US$ 2.500 (R$ 12.370), uma carteira de motorista da Flórida, chinelos laranja e um chapéu preto quando foi achado, sem vida.
Em novembro de 2015, o então ministro da Imprensa da Rússia, Mikhail Lesin, foi encontrado morto com ferimentos na cabeça, também em Washington D.C., dentro de um quarto de hotel. Ele esteve durante anos no centro da vida política na Rússia e conhecia com profundidade o funcionamento do grupo dos ricos e dos poderosos. Antes de morrer, ele estava considerando fazer um acordo com o FBI para se proteger de acusações de corrupção.
Em fevereiro de 2015, o político Boris Nemtsov, que foi vice-primeiro-ministro da Rússia no fim da década de 1990, levou quatro tiros nas costas a poucos metros do Kremlin, a sede do governo russo, quando voltava para casa, depois de sair de um restaurante. Ele era crítico ferrenho de Putin e acusava o presidente de ser pago por oligarcas.
Em março de 2013, o oligarca russo Boris Berezovsky foi encontrado morto em sua casa em Berkshire, condado da Inglaterra. Ele teria fugido para o Reino Unido depois de um desentendimento com Putin e, durante seu exílio, ameaçou derrubar o presidente russo pela força. Berezovksy foi encontrado dentro do banheiro de sua casa com uma abraçadeira enrolada no pescoço. Embora o inquérito aponte morte por suicídio, o legista não conseguiu explicar como ele morreu.
Em julho de 2009, a jornalista Natalia Estemirova foi sequestrada fora de sua casa e, mais tarde, encontrada morta em uma floresta com ferimentos de bala na cabeça. Ela se especializou em descobrir violações dos direitos humanos cometidas pela Rússia na Chechênia.
Em janeiro de 2009, o advogado de direitos humanos Stanislav Markelov foi baleado por um homem armado e mascarado perto do Kremlin. A jornalista Anastasia Baburova, que caminhava com ele, também foi baleada e morreu. Markelov representou jornalistas que criticavam Putin, entre eles Anna Politkosvkaya. Ela escreveu o livro A Rússia de Putin, em que acusa o presidente russo de transformar o país em um Estado policial.
Em novembro de 2006, Alexander Litvinenko, um ex-agente da KGB, o serviço secreto russo, morreu três semanas depois de beber uma xícara de chá, que havia sido misturado com veneno. Um inquérito britânico descobriu que ele foi envenenado pelos agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em inglês) Andrei Lugovoi e Dmitry Kovtun. Os funcionários agiram sob ordens que ‘provavelmente’ foram aprovadas por Putin e pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev.
Em outubro de 2006, a jornalista Anna Politkosvkaya foi morta por assassinos contratados, que atiraram nela à queima-roupa no elevador em frente ao seu apartamento. Cinco homens foram condenados pelo crime, mas o juiz concluiu que foi um assassinato por encomenda. Anna escreveu o livro A Rússia de Putin, em que acusa o presidente russo de transformar o país em um Estado policial.
Em julho de 2004, o jornalista Paul Klebnikov, então editor-chefe da edição russa da Forbes, foi morto em circunstâncias parecidas com as de Anna Politkosvkaya — em um tiroteio em um aparente assassinato por encomenda. Ele escrevia sobre casos de corrupção na Rússia e investigava a vida de russos abastados.
Em abril de 2003, o político russo Serguei Yushenkov foi morto com um único tiro no peito, horas depois de sua organização política, a Rússia Liberal, ter sido reconhecida pelo Ministério da Justiça como um partido. Ele tentava provar que o Estado russo estava por trás do bombardeio de um prédio.