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Retorno do Brasil ao protagonismo mundial deve refletir positivamente na economia local

Empresários brasileiros precisam estar atentos para aproveitar o aquecimento da economia que se avizinha, com perspectiva de que o novo governo estuda elevar o salário mínimo, aliviar a tabela do Imposto de Renda e rolar dívidas de 80 milhões de cidadãos insolventes

Maione Padeiro
A viagem do presidente Lula para encontrar-se com Joe Biden, nos Estados Unidos, demarca um novo início do terceiro mandato do político brasileiro, iniciado no dia 1º de janeiro, mas que ficou duramente impactado pelos ataques de extremistas aos Poderes da República, dia 8 de janeiro, cujos reflexos somente agora começam a ser dissipados. Enfim, a agenda econômica, tão urgente, parece tornar-se foco dos dirigentes do país.
Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, em Washington, o mandatário brasileiro, além de defender a democracia, destacou que seu governo tem como meta a construção de um país que alie desenvolvimento econômico e redução da pobreza a uma perspectiva sustentável. Dentro dessa premissa, Lula pontuou que o Brasil precisa ter “uma política muito forte de incentivo ao pequeno e o médio empreendedor individual”, pontuando que o país precisa voltar a fazer política de infraestrutura, na construção de habitação popular, saneamento básico, em obras de estradas e ferrovias.
O Governo, destacou o presidente, não pode virar as costas para a realidade encontrada agora, no terceiro mandato, deteriorada com mais de 33 milhões de pessoas em condição de grave insegurança alimentar e num momento nem tão propício para o mercado externo. Lula reconheceu que as condições em que recebeu o país, desta vez, são bem mais desafiantes daquelas encontradas em 2003, mas que tem otimismo em relação ao futuro do país.
A volta do Brasil como protagonista no cenário econômico e político mundial certamente trará reflexos positivos na economia brasileira, que precisa retomar o crescimento, a reindustrialização, para inserir nosso país na economia globalizada. A equipe econômica do novo governo tenta, a todo custo, baixar os juros, controlados pelo Banco Central independente, que impedem novos investimentos em larga escala. O governo estuda três medidas para ativar a economia: a elevação do salário mínimo, a mudança na tabela do Imposto de Renda e a rolagem das dívidas de 80 milhões de cidadãos insolventes.
Essas ações vão imprimir um novo ritmo na economia e certamente demandarão aumento da produção industrial e aquecimento do comércio. Os micro e pequenos empresários precisam estar atentos para aproveitar essa nova onda de aquecimento da economia que se avizinha.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria, subiu 2,0 pontos, de 48,6 em janeiro para 50,6 pontos na leitura atual, quebrando uma sequência de quatro meses de queda da confiança do setor. Ao cruzar a linha dos 50 pontos, o índice passou de um cenário de desconfiança para um de confiança.
A pesquisa foi divulgada na sexta-feira (10/2). Foram consultadas 1.372 empresas, de pequeno médio e grande porte, entre 1º e 7 de fevereiro.
A recuperação do ICEI ocorreu devido à melhora de um dos seus componentes: o Índice de Expectativas aumentou 4,1 pontos para 52,9 pontos. Esse indicador trata da percepção dos empresários para os próximos seis meses em relação à economia e a sua empresa.

Maione Padeiro, presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) e vice-presidente da Faciest/GO.

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