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Revelação de 3º conjunto de joias deixa ministros do TCU irritados com Bolsonaro

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) estão irritados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e avaliam que ele “tentou dar uma de esperto” depois que foi revelada a existência de um terceiro conjunto de joias que foi dado de presente a ele também pela Arábia Saudita.

Segundo ministros do tribunal, Bolsonaro deveria ter comunicado a eles sobre esse terceiro estojo de joias e não ter “escondido” os presentes.

No caso do novo conjunto, os ministros destacam que a situação é ainda mais complicada para o ex-presidente, porque ele recebeu os presentes pessoalmente e os trouxe para o Brasil.

Joias e Rolex de Bolsonaro — Foto: Reprodução

Além disso, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, Bolsonaro pediu, em 2022, que os presentes fossem retirados do seu acervo pessoal e fossem entregues a ele.

Agora, o TCU vai ser acionado a analisar esse terceiro caso, com uma definição já certa: a ordem de devolução dos presentes, por terem um preço avaliado em cerca R$ 500 mil. Portanto, não podem ser enquadrados como de natureza “personalíssima”.

A sensação dentro do tribunal é que Bolsonaro “tentou dar uma de esperto”, ou seja, se os presentes não fossem revelados, ficaria com o conjunto para ele.

O ex-presidente Jair Bolsonaro guardou os presentes recebidos durante o mandato, como joias de diamantes, em uma fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de São Paulo.

Segundo o jornal, os itens guardados no local saíram pelas garagens privativas dos Palácios do Planalto e Alvorada. O local no qual ficaram guardados os presentes é conhecido como “Fazenda Piquet”, e fica no Lago Sul.

O primeiro pedido de envio das caixas foi registrado no dia 7 de dezembro de 2022, mas um atraso fez com que os itens só saíssem do Palácio no dia 20 do de dezembro, pouco antes do fim do mandato de Bolsonaro.

Somente itens de alto valor foram encaminhados à propriedade de Piquet e tratados como bens pessoais. O Estadão apurou que outros objetos, como cartas e livros, foram enviados para o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e para a Biblioteca Nacional.

O ex-piloto é apoiador de Bolsonaro e doou R$ 200 mil ao PL, partido do ex-presidente, nas eleições do ano passado. O empresário já havia destinado R$ 501 mil diretamente à campanha do candidato à reeleição.

Aliados de Bolsonaro também avaliaram o caso negativamente. Acreditam que o ex-presidente vai ficar com sua imagem ainda mais desgastada e, no seu retorno previsto para esta quinta-feira (30), vai ser cobrado sobre isso em eventuais entrevistas.

No caso dos pacotes anteriores, ele poderia até alegar que não sabia que as regras o proibiam de ficar com os presentes. No caso do terceiro, ela já não pode usar mais essa justificativa.

Alguns aliados até defendem novo adiamento do retorno o ex-presidente dos Estados Unidos, exatamente porque a expectativa era a de criar um ambiente favorável na volta.

Agora, ficou numa situação “difícil” diante da nova revelação e Bolsonaro será cobrado por isso.

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