Polícia

Reviravolta no caso do caminhão que bateu contra viatura e matou quatro policiais, em Goiás

Os policiais militares Liziano José Ribeiro Júnior, Diego Silva de Freitas, Gleidson Rosalen Abib e Anderson Kimberly Dourado de Queiroz morreram em acidente com viatura e carreta na BR-364 – Foto: Reprodução / Redes Sociais

Um novo vídeo mostra que Diego Michael Cardoso, que cumpre prisão domiciliar por ser acusado de dirigir o caminhão que bateu contra uma viatura e matou quatro policiais militares, não estava na direção do veículo, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO). Jhonatan Murilo, de 22 anos, suspeito de ser o verdadeiro condutor do caminhão, foi preso em Uruana após a reviravolta nas investigações.

“Com essa nova investigação, ficou comprovado que, de fato, quem estava dirigindo o caminhão na contramão, em alta velocidade, subindo um aclive à noite e que veio a bater com o carro da Polícia Militar era outra pessoa”, explicou o promotor Tommaso Leonardi.

Em nota, a advogada Lorena Magalhães, afirmou que as novas investigações foram iniciadas a partir da resposta à acusação apresentada pelas advogadas, as quais solicitaram diversas diligências probatórias para elucidar os fatos, uma vez que a investigação policial não se preocupou em inquirir testemunhas oculares do acidente.

A defesa de Jhonatan Murilo, segundo Lorena Magalhães, preferiu não se pronunciar no momento.

O acidente aconteceu em abril deste ano, na GO-364, em Cachoeira Alta, no sudoeste de Goiás. O vídeo, que mostra Diego e Jhonatan próximos ao caminhão, foi obtido pela TV Anhanguera. De acordo com o promotor, novas testemunhas foram ouvidas.

“Duas novas testemunhas deixaram claro que quem saiu do caminhão assim que ele tombou não era a pessoa que foi presa. Elas também apresentaram um vídeo que flagrava outra pessoa saindo do veículo, ao invés da pessoa detida anteriormente”, explicou o promotor.

Reviravolta no caso

O pedido de prisão emitido pelo MP-GO descreveu que Diego afirmou ter assumido a autoria do crime porque Jhonatan não possua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) compatível com a condução de caminhões. A defesa afirmou que o rapaz tem CNH categoria “D”, mas o veículo envolvido no acidente exigia a categoria “E”.

“Ficou comprovado que outra testemunha emprestou a CNH para o verdadeiro motorista, que não tinha habilitação para dirigir aquele caminhão. Houve um conluio entre eles para tentar beneficiar essa pessoa e evitar um problema maior”, explicou o promotor Tommaso Leonardi.

Ainda segundo o promotor, Diego teria assumido a culpa para evitar complicações legais e com o seguro. No entanto, a defesa do caminhoneiro contesta essa versão, alegando que Diego não tinha seguro no veículo, apenas a carga estava segurada.

Com a reviravolta no caso, Jhonatan deverá responder pela morte dos quatro policiais militares e por fraude processual, de acordo com o MP-GO. Diego também poderá ser processado por fraude processual.

“A princípio, entendo que ele [Diego] praticou fraude processual majorada, porque levou a gente ao erro. Além disso, existe a possibilidade de acusação falsa. Não descarto que ele tenha cometido algo mais grave, uma vez que permitiu que uma pessoa sem habilitação adequada dirigisse o caminhão”, concluiu o promotor.

Um vídeo mostra que viatura e a carreta envolvidas no acidente ficaram destruídas (assista acima). Em nota, a PM informou que os militares estavam em deslocamento durante um serviço no momento da colisão. Os corpos deles foram velados e sepultados no dia 25 de abril após um cortejo.

O caminhoneiro se tornou réu no dia 21 de maio deste ano. Na decisão, o juiz mencionou que, segundo o laudo da perícia, o caminhão estava acima do limite de velocidade permitida, com sobrepeso de carga e invadiu a pista contrária.

Nota defesa Diego Cardoso

A defesa do caminhoneiro Diego Cardoso enfatiza que as novas investigações foram iniciadas através da defesa apresentada, sendo a resposta à acusação apresentada pelas advogadas, Jhoane e Lorena Magalhães, as quais solicitaram inúmeras diligências probatórias para elucidar os fatos, vez que a investigação policial não buscou inquirir testemunhas oculares do sinistro. Foi realizada perícia particular e pedido de acesso às filmagens onde puderam provar a inocência de Diego!

fonte: g1

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