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Rússia diz que declaração dos líderes do G20 é “equilibrada”

A Rússia elogiou a declaração de líderes da cúpula do G20, que não chegou a criticar diretamente Moscou pela guerra na Ucrânia, e disse que os líderes do bloco agiram no interesse da resolução do conflito, enquanto as deliberações caminham para o segundo dia, neste domingo (10).

O grupo adotou uma declaração em Nova Délhi, na India, no sábado (9) que evitou condenar a Rússia pela guerra, mas apelou a todos os Estados para não usarem a força para tomar território. A Rússia diz que está conduzindo uma “operação militar especial” no país.

“Houve negociações muito difíceis sobre a questão da Ucrânia; em primeiro lugar, a posição coletiva dos países e parceiros do Brics funcionou, tudo se refletiu de forma equilibrada”, disse Svetlana Lukash, negociadora do governo russo no G20, segundo a agência de notícias russa Interfax.

O Brics agrupa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Nas semanas que antecederam a cúpula, os países do G20 lutaram para encontrar um consenso sobre a questão do conflito da Ucrânia, com o Ocidente exigindo que os países apelassem a Moscou contra a invasão.

Enquanto isso, a Rússia dizia que bloquearia qualquer resolução que não refletisse os seus pontos de vista.

G20 dividido e em crise

“Esta foi uma das cúpulas do G20 mais difíceis nos quase vinte anos de história do fórum. Foram necessários quase 20 dias para chegar a acordo sobre a declaração antes da cúpula e cinco dias aqui no local”, disse Lukash.

“Isto se deve não apenas a algumas divergências sobre o assunto da Ucrânia, mas também a diferenças de posições sobre todas as questões-chave, principalmente as das mudanças climáticas e a transição para sistemas energéticos de baixo carbono”, complementou.

Uma autoridade da União Europeia, que não quis ser identificada, pontuou neste domingo que as discussões sobre a declaração dos líderes do G20 continuaram até o último momento, e que a guerra na Ucrânia foi a questão mais controversa antes de um consenso ser alcançado.

A fonte também elogiou a forte liderança da Índia, acrescentando que o Brasil e a África do Sul também desempenharam um papel crucial nas negociações.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, estão entre os participantes na cúpula organizada pelo primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia, que procurou desempenhar um papel fundamental no equilíbrio dos interesses do sul global com os do Ocidente.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a declaração de Nova Délhi “não era motivo de orgulho”, acrescentando que a presença ucraniana teria dado aos participantes uma melhor compreensão da situação.

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