Crise na Saúde de Goiânia: Secretário, diretor financeiro e secretário executivo são presos
Wilson Pollara, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, secretário, diretor financeiro e secretário executivo da pasta em Goiânia – Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia, Redes Sociais e Carlos Costa
O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, o secretário executivo, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro Bruno Vianna Primo, da Secretária Municipal de Saúde de Goiânia, foram presos nesta quarta-feira (27), em operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), com o cumprimento de três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão. A ação investiga pagamento irregular em contratos administrativos e suposta associação criminosa na pasta.
De acordo com o MP-GO, a investigação aponta que os envolvidos concederam vantagens indevidas em contratos, ao ignorar a ordem cronológica de pagamentos e causar prejuízos ao erário. Durante a operação, os promotores revelam que foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro na posse de um dos investigados.
O MP-GO destacou que os mandados foram executados pelo Grupo de Atuação Especial no Patrimônio Público (GAEPP), com o apoio de 11 promotores de Justiça, servidores do Ministério Público de Goiás (MPGO), um delegado de polícia e 28 policiais militares.
Além das práticas criminosas, o MP-GO pontuou que o esquema agravou a crise na saúde pública de Goiânia. Isso, conforme os promotores de Justiça, teria afetado o repasse de verbas a entidades como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).
Secretário Municipal de Saúde em Goiânia, Wilson Pollara – Foto: Diomício Gomes/O Popular
A Fundahc contabiliza uma dívida acumulada de R$ 121,8 milhões e estaria enfrentando dificuldades operacionais. Em agosto deste ano, a Fundahc chegou a suspender os atendimentos nas maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. Na época, segundo a instituição, foi mandido apenas os atendimentos eletivos.
O MP-GO ressaltou que paralelo ao suposto esquema na Secretaria, a rede pública de Saúde de Goiânia enfrenta uma crise de assistência hospitalar, com restrição ao acesso a leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensivas (UTIs). Além do descumprimento pela prefeitura de decisões judiciais.