Sobe para 5 número de mortes por intoxicação com metamol, em SP

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (30) que uma morte no estado foi confirmada por ingestão de bebida “batizada” com metanol. Outros quatro óbitos estão sob investigação pela mesma suspeita. Ao todo, são 22 casos analisados pelas autoridades, entre mortes e lesões.
Os números diferem do que havia sido divulgado anteriormente, de que seriam três mortes confirmadas por consumo de bebidas com metanol.
Durante a entrevista, Tarcísio e Eleuses Paiva, secretário da Saúde, concordaram em relação ao óbito já confirmado pela intoxicação, mas divergiram em relação ao número total de casos.
O governador disse que, dos 22 casos, cinco óbitos estão confirmados por intoxicação e 17 casos suspeitos de vítimas lesionadas. E que, dos cinco óbitos, um está diretamente ligado ao metanol e quatro estão em investigação.
Já o secretário disse que, dos 22 casos, são sete mortes e 15 pessoas lesionadas.
O governador anunciou ainda que montou um gabinete de crise para enfrentar a situação e determinou a interdição cautelar de todos os estabelecimentos onde as bebidas adulteradas foram consumidas.
As frentes de atuação do comitê de crise serão interdição de estabelecimentos que registraram ocorrências de suposta venda de bebidas adulteradas, abertura de canais de denúncias — incluindo o do Procon — e estruturação da rede de saúde para o atendimento de vítimas.
Segundo Tarcísio, dos cinco óbitos, a causa de quatro ainda está em investigação e um deles já foi confirmado que foi por metanol. Uma das vítimas é de São Bernardo do Campo, mas consumiu bebida alcoólica na capital paulista.
Ainda de acordo com Tarcísio, até o momento a Secretaria da Saúde contabiliza outros 22 casos. Desses, 17 são suspeitos e estão sob investigação e cinco já estão confirmados, conforme os números abaixo:
- 1 morte confirmada por metanol;
- 4 mortes sob investigação;
- 5 casos de intoxicação por metanol;
- 17 casos suspeitos de intoxicação por metanol.
Como ocorre o batismo das bebidas: Falsificadores pegam as garrafas de marcas famosas de bebidas alcoólicas, como gin e vodca, e adulteram o conteúdo, acrescentando metanol. Em seguida, o produto é comercializado.
O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.
Segundo Tarcísio, nos últimos dias, as autoridades apreenderam 50 mil garrafas de bebida com suspeita de adulteração e 15 milhões de selos fraudados.
“Há de fato um problema estrutural que não é só do estado de SP, é do Brasil. Temos que pensar como fazer a fiscalização e diminuir a incidência dessas bebidas adulteradas, clandestinas.” — Tarcísio de Freitas, governador de SP
Mais cedo, em Brasília, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que a Polícia Federal abriu uma investigação para apurar a origem do metanolnusado para batizar bebidas alcoólicas no estado de São Paulo.
Segundo ele, é possível que essa rede de distribuição da substância atue também em outros estados.