Polícia

Suspeita de matar namorado com brigadeirão envenenado se passou por ele para receber dinheiro de imóvel

Luiz, Júlia e o prato que, para investigadores, teria o ‘brigadeirão’ que o envenenou – Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro quer saber quem usou o telefone do empresário Luiz Marcelo Ormond, que pode ter sido envenenado e morto pela namorada, para pedir a antecipação de um pagamento que ele teria direito a receber.

O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, no dia 20 de maio, já em estado avançado de decomposição. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada Júlia Cathermol, com um brigadeirao envenenado.

Os investigadores desconfiam que a própria Júlia tenha utilizado o telefone do namorado já morto para negociar o pagamento antecipado de uma parcela de um imóvel vendido por ele para um amigo.

Essa linha de investigação teve início após o depoimento de Marcos Antônio de Souza Moura, um amigo de infância de Luiz Marcelo, que mantinha contato frequente com ele por troca de mensagens de áudio.

Marcos contou à polícia que comprou uma casa de Luiz Marcelo no bairro Maria da Graça, na Zona Norte. Segundo ele, os dois combinaram que o valor da casa seria pago em parcelas mensais de R$ 3 mil, a serem pagas todo dia 25. Além disso, todo mês de janeiro, o amigo se comprometeu a pagar mais R$ 20 mil.

Contudo, Marcos se espantou quando recebeu uma mensagem do celular de Luiz Marcelo, no dia 18 de maio, por volta das 21h da noite. O que chamou mais atenção foi o fato da mensagem chegar em forma de texto, diferente do habito que eles tinham de só se falar por áudio.

A mensagem supostamente escrita por Luiz Marcelo dizia o seguinte:

“Sobre o pagamento do dia 25, você pode antecipar este mês? Tive um gasto do caramba indo e voltando pra light, pra comprar as coisas pra religação de luz”.

Em seu depoimento, Marcos reforçou que não acredita que a mensagem foi escrita por Luiz Marcelo, até porque o mesmo não passava por dificuldades financeiras.

“Nunca fizemos mensagens de texto, sempre áudio, áudio pra lá, áudio pra cá, nunca falamos por mensagem de texto e eu fui e estranhei, nesse dia que ele me pediu o adiantamento”, disse Marcos.

Pressão para mudar acordo

O amigo do empresário também revelou aos investigadores que Luiz Marcelo estava incomodado com a pressão que Júlia fazia para que ele alterasse o contrato de venda do imóvel de Maria da Graça.

Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond — Foto: Reprodução

Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond – Foto: Reprodução

Segundo Marcos, ela queria ser beneficiária no contrato de compra e venda do imóvel, no lugar de Pedro Paulo Ormond Barbosa, primo de Luiz Marcelo.

“Ele falou: ‘pô, Marcos, ela tá me perturbando. Ela perguntou por que eu não botei ela no contrato, e botei meu primo'”, revelou Marcos.

As investigações sobre o caso indicam que Julia foi fria. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.

“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, disse o delegado Marcos Buss.

Armas roubadas

O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou nesta sexta-feira (31), durante entrevista à Globonews, que duas armas registradas no nome do empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto dentro de casa, foram roubadas de seu apartamento.

Segundo o responsável pelas investigações, a principal suspeita pela morte de Luiz Marcelo é a namorada dele, Júlia Cathermol, que segue foragida da Justiça. O delegado não descarta que ela possa estar com as armas roubadas.

“Não se pode desprezar a informação de que duas armas que sabemos estar no nome da vítima, e que sabíamos estar dentro do apartamento, foram subtraídas. Elas desapareceram. Um dos objetivos agora é localizar essas duas armas“, comentou o delegado.

“Ela é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro. Mas será que essas armas também não estão com a Júlia? A Júlia armada pode representar um risco ainda maior”, argumentou Marcos Buss

fonte: g1

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