Tarifaço: Trump e Xi Jinping celebram acordo no qual a China sai fortalecida

Foto: Andrew Harnik/Getty Images
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, se reuniram pela primeira vez em seis anos — reacendendo as esperanças de uma redução das tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Trump descreveu as conversas, na Corea do Sul, como “incríveis”, enquanto Pequim afirmou que ambos chegaram a um consenso para resolver as “principais questões comerciais”.
As relações vinham tensas desde que Trump começou a impor tarifas sobre a China e Pequim respondeu com suas próprias medidas. Em maio, eles concordaram com uma trégua, mas as tensões continuaram elevadas.
As conversas desta quinta-feira (30/10) não resultaram em um acordo formal, mas os anúncios sugerem que os dois lados estão mais próximos de um acerto — cujos detalhes vêm sendo negociados nos bastidores há tempos.
Acordos comerciais normalmente levam anos para serem negociados, mas países ao redor do mundo têm sido forçados a resolver suas divergências com o atual governo Trump em questão de meses.
Uma das principais vitórias de Trump é que a China concordou em suspender as medidas de controle de exportação que havia imposto sobre terras raras — materiais essenciais para a produção de tudo, de smartphones a caças.
Trump, eufórico, disse a repórteres, a bordo do Air Force One, que também conseguiu que a China começasse imediatamente a comprar “quantidades imensas de soja e outros produtos agrícolas”.
As tarifas de retaliação impostas por Pequim sobre a soja americana haviam, na prática, interrompido as importações vindas dos EUA, prejudicando os fazendeiros — um dos principais grupos de eleitores de Trump.
No entanto, não houve menção a avanços em relação ao TikTok. Os Estados Unidos vêm tentando retirar as operações do aplicativo de compartilhamento de vídeos do controle da empresa-mãe chinesa ByteDance, por motivos de segurança nacional. Após o encontro, Pequim afirmou que continuará trabalhando para resolver a questão.
Com a medida, o gigante asiático — principal rival econômico dos EUA — passou a pagar taxas mais baixas do que o Brasil. Os produtos brasileiros enfrentam hoje alíquotas de até 50% para entrar no mercado americano, embora existam várias exceções.
Além do Brasil, a Índia também enfrenta tarifas de até 50% impostas por Donald Trump. No caso indiano, a medida foi uma resposta à manutenção das compras de petróleo russo pelo país, contrariando as sanções dos EUA em meio à guerra na Ucrânia.
 
				 
					


