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Thati Lopes alça novos voos na carreira: “Amo a comédia, mas eu quero me renovar”

Thati Lopes – Foto: Marcio Farias

Thati Lopes (35), que durante 13 anos foi conhecida como a garota do Porta dos Fundos, se tornou estrela de filmes que caem no gosto do público. E alguns conquistam fãs em vários países, como Esposa de Aluguel e Diários de Intercâmbio, ambos da Netflix.

Em entrevista exclusiva para CARAS no Radisson Hotel, na Barra da Tijuca, a atriz, que vem emendando um longa no outro, fala de seus novos anseios para a carreira e da tranquilidade de poder escolher aquilo que deseja fazer. “Amo comédia, mas quero muito explorar outras coisas, me renovar, me ver em outros lugares, pegar trabalhos que me deem aquela borboletinha no estômago. Quero cada vez mais coisas que me desafiem enquanto atriz”, revela a artista, que ainda este ano estreia, nos cinemas, o longa Mauricio de Sousa – O Filme e, atualmente, grava a produção Acredite, um Espírito Baixou em Mim.

– Como foi encerar esse ciclo de sucesso no Porta dos Fundos?

– Estava desde 2012 no Porta, já tinha experiência de teatro musical, já tinha feito duas novelas, mas experiência de audiovisual mesmo foi ali onde aprendi tudo, foi uma aula. E tenho certeza absoluta de que, se comecei a fazer outras coisas, foi porque me viram no Porta. Fiz filmes, séries e novelas conciliando com o Porta, eles autorizaram, foram superbacanas. Foi uma trajetória linda, de aprendizado e de gratidão. As coisas mudaram, o esquema de contratação agora é outro, mas isso não quer dizer que eu não vá fazer mais nada com eles. Só não sou mais contratada do Porta.

– A garota do Porta agora é a garota dos filmes. Como se vê nesse lugar?

– Eu me enxergo muito à vontade, parece que eu me encontrei nesse lugar dos filmes, das comédias românticas, das dramédias. Foram oportunidades que agarrei. E amo quando o filme tem uma história interessante, uma mensagem, uma emoção, porque como atriz dá para eu mostrar tudo. Não quero só fazer comédia.

– Acha que te colocaram nessa caixinha?

– Da comédia? Mas é óbvio. Se você entrar no Wikipedia, ou qualquer lugar, diz ‘a comediante, a humorista’ e eu não me sinto nem comediante, nem humorista. Eu faço humor, mas sou uma atriz que está no humor. As pessoas, até produtores de elenco, não conseguem muito olhar isso. Realmente vivemos em caixinhas, né? Eu me sinto uma atriz que faz humor. Ele me escolheu, agarrei as oportunidades e as coisas foram acontecendo. Só que agora estou com necessidade e vontade de fazer coisas diferentes, de estar em lugares diferentes. Tanto que, no ano passado, deixei de fazer um monte de coisas de comédia, que é de onde chegam os convites, deixei de fazer muita coisa porque eu queria voltar a fazer musical dramático. E fiz! Foi muito legal voltar a esse lugar. Muita gente não sabia que eu canto, danço, então eu quero cada vez mais mostrar essas outras facetas.

– Algum dia imaginou que você seria protagonista de filmes?

– Não, porque qualquer passo já era um grande passo para mim. A coisa foi acontecendo bem devagar. Eu sempre quis, desde criança, trabalhar com isso, mas parei e fui trabalhar em loja como vendedora, como locutora e em escritório de contabilidade. Só que eu sempre pensava que isso era temporário e que eu iria voltar para o teatro, que fiz quando era criança e adolescente. Daí, comecei a conciliar o teatro com o trabalho, até que peguei um musical e saí do emprego porque tinha um salário. Corri muito atrás. Já aconteceu de eu ir a uma agência, pedir um teste, porque a peça que estava fazendo ia acabar, e o cara falar ‘não descarte a possibilidade de trabalhar numa loja enquanto isso’. Lembro de sair chorando, pensando que ele não acreditava em mim, mas eu acreditava. Eu vejo muita gente boa desistindo, amigos que fizeram curso comigo e hoje trabalham em outras coisas. Realmente é complicado se manter, tem que ter perseverança, você recebe muitos nãos. Trabalhei em um bar de garçons-cantores, era a maneira de fazer arte de alguma maneira, eu servia e cantava, fazia esquetes. Até que fiz o musical Tudo por um Pop Star e as coisas começaram a acontecer.

– A fase de perrengues passou…

– Passou, graças a Deus! Fico feliz que, de uns anos para cá, tenho o poder de escolha. Durante um tempo tudo que aparecia eu dizia ‘aceito’, ‘quero’, ‘faço’, qualquer coisa, porque antes era um trabalho aqui e outro ali, então você agarra. Agora, fico feliz de poder selecionar mais, ver que tal coisa pode não ser legal para aquilo que quero no meu futuro.

– Hoje em dia, você consegue relaxar mais ou é workaholic?

– Sou um pouco workaholic. Resolvi parar ano passado para fazer teatro. Às vezes, fazia um Porta durante a semana, mas dei uma diminuída no ritmo. Eu também comprei meu primeiro apartamento, fiquei quase o ano inteiro em função disso, acompanhando a obra e foi ótimo. Foi um ano que eu realmente falei não para um monte de coisas. E fiquei feliz de poder dizer não, porque estava dizendo sim para mim, para o meu momento, de estar ali realizando meu sonho, de voltar a fazer teatro. Também sou muito da dramaturgia, de personagens, não gosto de coisas que mostrem eu, a Thati. Então, é isso que quero agora, selecionar mais. Que venham trabalhos que me motivem, que me façam feliz.

– Você é discreta até nas redes sociais.

– Sou. Falam que o ator tem que se mostrar mais, mas tenho muita dificuldade. Claro que nas coisas de trabalho a minha agência está por trás, tem um briefing do que tenho que entregar, é outra coisa. Fiz umas postagens de coisas que ganhei lá para casa e achei legal eu mesma filmar do meu jeito, editar. Mas eu mesma não gosto de fazer stories falando, porque não é natural. Só que é uma questão porque sei que perco dinheiro por isso, perco trabalho também. Hoje, você ser presente nas redes sociais traz, sim, trabalho. Às vezes, vejo uma pessoa em um trabalho que até tive oportunidade de fazer um teste e entendo por que não passei. Mas é meu jeito e não espere que eu vá mostrar a minha vida por 24 horas por dia porque eu não vou mostrar. 

fonte: caras

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