Torcedores alvos de operação mantinham ‘altar’ com fotos de crimes cometidos
Membros e simpatizantes de torcidas organizadas que foram alvos de uma operação policial mantinham um “altar” com fotos de crimes cometidos contra torcidas rivais, em Goiânia, informou a Polícia Civil. Segundo a investigação, as torcidas Esquadrão Vilanovense e Força Jovem 11ª Legião, são investigadas por armarem emboscas e ataques um contra os outros na região noroeste da capital, durante o Campeonato Goiano de Futebol.
Em nota, a defesa do Comando Noroeste (Esquadrão Vilanovense) esclareceu que atitudes de violência não os representam e que estão à disposição da justiça para prestar quaisquer outros esclarecimentos, deixando claro o repúdio por condutas violentas.
Também em nota, a Força Jovem Goiás manifestou repúdio a atos de vandalismo e violência e evidenciou que não compactua com qualquer ato desta natureza. Disse ainda que estão á disposição para ajudar em atos administrativos ou auxílio nas investigações dos fatos.
De acordo com a polícia, foram configurados por parte dos investigados presos na manhã desta terça-feira, os crimes de associação criminosa, lesão corporal grave, lesão corporal leve e roubo. As investigações se iniciaram após uma emboscada praticada pela Força Jovem em março deste ano, quando torcedores do Vila Nova Futebol Clube foram espancados com barras de ferro, além de disparos de rojões.
Ainda segundo a Polícia Civil, no mesmo mesmo mês de março, a torcida organizada ligada ao Vila Nova criou uma emboscada contra os rivais durante uma partida de futebol amador, os ameaçando com armas brancas. Várias vítimas foram agredidas, além de terem suas blusas roubadas para serem expostas como “troféu” pelos rivais nas redes sociais e como forma de provocação.
Segundo o delegado, os suspeitos presos já possuem passagens por outros crimes e uma vasta experiência no mundo do crime.
Seis pessoas foram presas durante a operação, sendo quatro associadas a Força Jovem e outras duas associadas a Esquadrão VilaNovense. Armas de fogo, armas brancas, celulares e materiais ligados as torcidas rivais também foram apreendidos durante a operação.
Na primeira fase da operação policial, outros três suspeitos ligados a Esquadrão foram presos em flagrante. De acordo Samuel Moura, os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia e Trindade, porém, as torcidas disputavam o território da região noroeste da capital.
A Dra. Valquíria Borges de Miranda, advogada regularmente inscrita na OAB/GO 67.208, representante legal do Comando Noroeste, vem, em solicitação ao g1 Goiás, manifestar-se da operação que prendeu torcedores e simpatizantes de Torcidas Organizadas na data de 23 de abril de 2024, na cidade de Goiânia-GO. As torcidas organizadas, há muito tempo, têm sido alvo de uma perseguição que vai além dos estádios e se estende por diferentes esferas da sociedade.
O estereótipo negativo muitas vezes atribuído a esses grupos obscurece a realidade de sua diversidade e papel nas arquibancadas. Apesar de problemas de violência no passado, é injusto generalizar e rotular a imagem do Comando Noroeste à essa lente, haja vista o histórico de engajamento comunitário, promovendo ações sociais, culturais e até mesmo políticas em prol da Região Noroeste de Goiânia. No entanto, a perseguição persiste.
Medidas de restrição são frequentemente impostas, limitando a liberdade de expressão, cerceando uma parte essencial da identidade e da manifestação cultural. Além disso, a criminalização arbitrária de membros de torcidas organizadas é uma realidade recorrente. Muitas vezes, indivíduos são detidos ou fichados simplesmente por fazerem parte de uma organização, sem qualquer evidência de envolvimento em atividades ilegais.
Essa perseguição não se limita apenas ao âmbito legal. As torcidas organizadas frequentemente enfrentam estigmatização midiática, sendo retratadas de forma unidimensional e sensacionalista, reforçando estereótipos prejudiciais que obscurecem suas contribuições positivas para a cultura e o esporte.
O Comando Noroeste informa que atitudes de violência não os representam, e que estão e sempre estarão à disposição da justiça para prestar quaisquer demais esclarecimentos, deixando bem claro o repúdio por condutas de violência.
No mais, informam estarem abertos a sugestões para colaborar na construção de espaços seguros e inclusivos nos estádios, onde a diversidade de vozes e expressões culturais seja valorizada e celebrada. O espírito do Comando Noroeste é de fraternidade, e amor ao Vila Nova Futebol Clube.
A associação Força jovem Goiás manifesta profundo repúdio a qualquer ato de vandalismo ou violência, evidenciando que não compactua com qualquer ato desta natureza, esclarecendo ainda que nos encontramos a disposição para qualquer ato administrativo ou auxílio as investigações de supostos atos praticados por supostos membros.
Cabe mencionar que não será tolerado nenhum ato desta natureza por parte dos associados, onde caso comprovado os mesmos serão punidos e consequentemente expulsos de nosso quadro de membros.
Fonte: g1