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Vanessa Lopes fala o porque desistiu do Big Brother Brasil

Há um mês, Vanessa Lopes saiu do Big Brother Brasil – ela apertou o botão da desistência, depois de um período conturbado dentro da casa.

Nessas últimas semanas, ela buscou ajuda médica e vem cuidando da saúde, ao lado da família e dos amigos. E ela recebeu o Fantastico para falar pela primeira vez sobre o que aconteceu.

“Eu continuo achando que a decisão foi um alívio, eu continuo muito feliz. Obviamente que eu queria viver muito aquela oportunidade, porque é uma oportunidade única, é uma oportunidade que maioria das pessoas deseja. Mas que eu não tava bem para viver aquilo. Então eu prefiro estar em casa, com os cuidados médicos, tomando meus remédios e com a minha família e meus amigos do que realmente estar da forma que eu tava lá”, conta Vanessa.

Vanessa Lopes tem 22 anos, nasceu em Brasília e foi criada no Recife. Ficou famosa por compartilhar coreografias e a rotina com os mais de 40 milhões de seguidores nas redes sociais. No início do ano, Vanessa estava na casa do Big Brother Brasil, e uma mudança de comportamento chamou a atenção dos outros participantes.

“Segundo meu psiquiatra, eu tive um quadro psicótico agudo que é como se a minha mente rompesse com a realidade. É como se eu já não entendesse mais o que é a imaginação da minha cabeça e o que é real. Isso aconteceu pelo estresse, pela falta de sono, pela ansiedade, medo do que tava acontecendo lá fora no programa, medo que tava acontecendo dentro do programa”, diz Vanessa.

Vanessa completa: “Criei várias fanfics na minha cabeça, a todo momento, eu dizia: ‘Olha, pode ser que seja real isso que eu queria na minha cabeça ou não'”.

Ela relata relata que já tinha tido episódios na vida em que precisou de acompanhamento médico, mas ressalta que esse quadro específico eu nunca teve na vida.

O acompanhamento dos pais

Durante a participação no BBB, Vanessa recebeu atendimento psicológico. E a família, que via tudo pela TV, mantinha diálogo permanente com a equipe do programa. Quando Vanessa deu os primeiros sinais, o pai dela foi à internet para tranquilizar os fãs.

Os pais de Vanessa acreditavam, no início, que as atitudes da filha eram uma estratégia de jogo. O pai conta que conversou com Vanessa por telefone logo depois que ela saiu do programa.

“Ela falou assim ‘pai, olha eu amo meu avô, eu amo vocês’, mas assim a palavra era desconexa, entendeu? Aquilo ali era difícil. Desculpa”.

Para a mãe, o encontro no aeroporto foi o momento mais intenso. “Ela desabou e aí eu senti que ela realmente assim tava sem saber se a gente era real também, né?”, relembra a mãe.

O tratamento psiquiátrico

Vanessa começou o tratamento psiquiátrico logo em seguida. O médico que acompanha o caso também é o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, e ele explica que o que aconteceu com ela dentro do BBB poderia ocorrer com qualquer pessoa, mesmo sem histórico de doença mental.

“Nós chamamos de quadro psicótico agudo aqueles quadros em que a pessoa vem dentro da característica de um funcionamento normal e repentinamente ela rompe com a realidade e passa a viver uma realidade paralela. Não precisa ter história nenhuma pregressa pra poder fazer esse diagnóstico e o futuro vai depender totalmente do que você faz agora no presente com a presença da doença. O quanto mais cedo você intervém, mais cedo você tem um melhor resultado e um melhor prognóstico”, diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Questionada se o trabalho tem alguma relação com o que aconteceu dentro do programa, Vanessa acredita que sim.

“Com certeza eu acho que tem relação. Medo do julgamento, medo do que as pessoas vão achar da gente, foi o que mais me pegou naquele momento. Tudo que eu já vivenciei com a internet, todas as opiniões e julgamentos que as pessoas tiveram sobre mim, com certeza foram dores minhas que vieram à tona lá dentro, isso eu não tenho dúvida”, pontua.

Seguindo as orientações médicas, Vanessa está cercada do carinho da família. Sem as redes sociais, ela voltou a praticar vôlei com as amigas, esporte que fazia desde a adolescência.

“Eu acho que duas palavras que me definem são alívio e medo. Alívio porque eu tenho uma base familiar e amigos que me apoiam muito e estão me apoiando muito nesse tempo, fazendo atividades físicas, e medo pelo julgamento”, relata.

“Às vezes acho que a minha geração é uma geração muito da correria. É uma geração muito do ‘ai tem que fazer aquilo, tem que fazer aquilo’, mas a gente primeiro para fazer algo, a gente tem que se cuidar”, finaliza.

Fonte: g1

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