Cidades

Vazamento e compartilhamento de fotos da necrópsia de Marília Mendonça

Desde a última quinta-feira (13), fotos do laudo da necrópsia (e do corpo) da cantora Marília Mendonça, que morreu em acidente de avião em 5 de novembro de 2021, foram vazadas e compartilhadas nas redes sociais.

Agora, a Polícia Civil de Minas Gerais investiga quem teve acesso ao documento, enquanto os familiares da artista pediram respeito e empatia. O advogado que os representa irá tomar medidas judiciais para punição dos responsáveis.

Nesta sexta-feira (14), Dona Ruth, mãe de Marília, publicou stories no Instagram comentando o caso. Ela pontuou que a família está “chocada com tanta monstruosidade, mas também não se surpreende”.

Dona Ruth pediu que “esses delinquentes paguem” e afirmou que eles “não respeitam a memória de uma pessoa que se foi, não respeitam a dor da família”.

Fãs relembraram, inclusive, publicações nas redes sociais feitas pela própria artista, em que ela reclamava do vazamento de informações pessoais. “Dá medo até de morrer, porque as pessoas não respeitam nem esse momento e conhecemos casos parecidos”, escreveu a cantora em agosto de 2019.

“É muito complicado contar com a ética na prestação de serviços de qualquer forma. Minha gravidez foi descoberta por um exame de sangue vazado, e tudo que eu faço é dessa forma”, pontuou Marília à época.

Polícia investiga e família pede respeito a Marília Mendonça

A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um procedimento administrativo para investigar o vazamento, realizando um levantamento para identificar quem teve acesso às fotos.

As autoridades informaram que o sistema que armazena os dados do inquérito – de onde o laudo da necrópsia foi vazado – é auditável.

Em um comunicado por conta do acontecimento, o advogado da família de Marília, Robson Cunha, disse, através de um comunicado da assessoria da artista, que “é inconcebível que documentos exclusivos de um inquérito policial que corre em sigilo e com restrições de acessos tenham sido divulgados de forma irresponsável, desumana e criminosa”.

“Durante todo o tempo, desde o acidente até a liberação dos corpos, trabalhamos incansavelmente para que uma situação grave como essa não ocorresse. O Estado é o responsável pela guarda e proteção das informações e documentos que estão sob a sua tutela. Isso é um fato gravíssimo e tanto o Estado quanto os agentes que divulgaram a imagem devem ser responsabilizados”, adicionou.

O advogado ainda alertou que aqueles que estiverem compartilhando as fotos estão cometendo um crime “e podem ser responsabilizados judicialmente”.

“Peço que as pessoas se sensibilizem com a dor e sofrimento dessa família e não façam a divulgação desse material”, concluiu a nota.

Vazamento das fotos é crime

O ato de “vilipêndio a cadaver” é considerado crime contra o respeito aos mortos, e é previsto no artigo 212 do Código Penal brasileiro. A punição vai de um a três anos de prisão e pagamento de multa.

A divulgação de informações que estejam nos autos do inquérito policial pode ser enquadrada também no artigo 154 do Código Penal.

Esse artigo diz respeito ao crime de “alguém, sem justa causa, revelar segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão” e que esta revelação “possa produzir dano” a outra pessoa. A pena varia de três meses a um ano de prisão ou multa.

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