Vereadores de Goiânia são indiciados por racismo após críticas a propaganda
Na ocasião da discussão no Plenário, que aconteceu em 2021, um dos parlamentares teria dito que “ser gay era uma opção, consequência da pedofilia”
A Polícia Civil indiciou quatro vereadores de Goiânia pelo crime de racismo. Cabo Senna (Patriota), Gabriela Rodart (DC), Sargendo Novandir (Republicanos) e Thialu Guiotti (Avante) usaram o plenário para fazer críticas a uma propaganda veiculada pelo Burger King em 2021.
O inquérito instaurado pelo Grupo Especializado no Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e Intolerância (Geacri) investigou as falas proferidas pelos vereadores contra a propaganda da cadeia de fast food que celebrava o Dia Internacional do Orgulho ao explicar relações homoafetivas pelo ponto de vista de crianças.
O delegado Joaquim Filho Adorno Santos, responsável pelo caso, concluiu que os parlamentares praticaram, incitaram e induziram a discriminação e o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+. “Existe um limite e acreditamos que eles extrapolaram, trataram pessoas como aberrações e fizeram incitações a crimes”, disse o delegado a O Popular.
É bom lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em junho de 2021 criminalizar a homofobia como forma de racismo até que norma específica seja aprovada pelo Congresso Nacional.
Relembre
Na ocasião da discussão no Plenário, que aconteceu no dia 29 de junho de 2021, um dos parlamentares teria dito que “ser gay era uma opção, consequência da pedofilia”.
Outro teria afirmado que “LGBTs são maus exemplos para as crianças”. Após o ocorrido, os vereadores Aava Santiago, Marlon, Mauro Rubem, Luciula Cascão e Sabrina Garcêz chegaram a promover uma audiência pública para tratar dos direitos da população LGBT.
Resposta
Em nota, o vereador Thialu Guiotti afirma que de maneira nenhuma ocorreu nenhum tipo de discriminação racial ou de qualquer outra natureza. A nota diz que o posicionamento do parlamentar se mantém contra a utilização de crianças em comerciais para defender bandeiras ideológicas, que vão além do ensino referente ao respeito pelas liberdades individuais.
De acordo com Guiotti, este tipo de pauta não é apropriada para crianças e seu discurso está relacionado ao uso indevido de crianças para “debater temas sobre sexualidade de maneira precoce e induzida”.
Thialu Guiotti afirma que não fugirá do propósito de defender a família tradicional, “tendo a Bíblia como manual de fé e seguindo em defesa das crianças, sempre respeitando todas as diferenças e escolhas pessoais”.
Já Cabo Senna disse que irá se manifestar apenas quando for notificado.
O Mais Goiás entrou em contato com os parlamentares citados e aguarda resposta.
Fonte: Mais Goiás