Política

Viagem de Bolsonaro ao exterior obriga Mourão e Lira a saírem do país em plena campanha

Constituição diz que quem assume a chefia do Executivo a menos de seis meses das eleições não pode ser candidato a outro cargo. Mourão vai ao Peru, e Lira, aos EUA; Pacheco assume Planalto.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deixarão o país neste sábado (17), em plena campanha eleitoral, em razão da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao exterior.

Mourão e Lira não teriam agendas no exterior, mas serão obrigados a viajar para não inviabilizarem as próprias campanhas. A Constituição diz que presidente, vice-presidente, governadores e prefeitos precisam renunciar aos mandatos até seis meses antes das eleições para disputar um outro cargo.

Com a viagem de Bolsonaro, Mourão se tornaria presidente em exercício – e assim, ficaria impedido de disputar as eleições para qualquer outro cargo. Sem Bolsonaro e Mourão no país, o terceiro na sucessão seria Arthur Lira, que também está em campanha.

Mourão concorre a uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul, e Lira tenta se reeleger como deputado federal por Alagoas.

Bolsonaro viaja nesse sábado à noite ao Reino Unido para acompanhar o funeral da Rainha Elizabeth II. Na segunda (19), o presidente segue para Nova York, onde participará da Assembleia-Geral da ONU, na terça (20). Tradicionalmente, presidentes do Brasil fazem o discurso de abertura. Bolsonaro inicia a viagem de volta ao Brasil no mesmo dia.

Durante a viagem, a presidência será ocupada pelo presidente do Senado, Rodirgo Pacheco (PSD-MG) – que tem mais quatro anos de mandato e não disputará as eleições deste ano.

Peru e EUA

Primeiro na linha sucessória, o vice-presidente Hamilton Mourão viajará para Lima, no Peru, a partir deste sábado. Ele fica no país até o dia 20.

Lira escolheu viajar para a Assembleia-Geral da ONU – mesmo compromisso de Bolsonaro em Nova York. Por tradição, desde 1955, o Brasil é o primeiro país a discursar na sessão de líderes da assembleia. O presidente da Câmara fica nos Estados Unidos entre sábado e terça.

Campanha suspensa

Em meio às regras de sucessão na presidência, Lira e Mourão serão obrigados a suspender as atividades da reta final da campanha, faltando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno em 2 de outubro. Ambos, aliás, enfrentam disputas acirradas nos estados.

Na última pesquisa Ipec, divulgada em 2 de setembro, Mourão aparece em terceiro lugar na disputa ao Senado, com 18% das intenções de voto. O candidato do PT, Olívio Dutra, lidera com 28%, seguido por Ana Amélia Lemos (PSD) com 25%.

Já Lira, além de conseguir a reeleição, tenta emplacar o aliado Rodrigo Cunha (União Brasil) para o governo de Alagoas.

A pesquisa Ipec divulgada em 1º de setembro mostra Cunha com 21% das intenções de voto, empatado tecnicamente com Paulo Dantas (MDB), que tem 24% e é apoiado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), rival de Lira. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: g1

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