Polícia

Vigilante morreu após ser atropelado e arrastado por motorista de carro de luxo

Clenilton Lemes Correia, de 38 anos, saiu de casa no último domingo para ir trabalhar e, no meio do caminho, foi atropelado e arrastado por um carro de luxo, na GO-020, em Goiânia. Casado e pai de dois filhos, Clenilton foi resgatado ainda com vida, mas não resistiu e morreu.

O motorista do carro, o empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, foi preso, mas solta na terça-feira. Em nota, a defesa dele afirmou que ele conseguiu uma liberdade provisória e deverá cumprir medidas cautelares diversas da prisão.

Clenilton era casado com Antônia Araújo, com quem ele teve dois filhos, que têm 5 e 17 anos. Ele nasceu no Pará e morava em Goiânia há 17 anos. Muito esforçado e dedicado ao trabalho, segundo a família, sempre quis ser vigilante, profissão que ele ocupava há dois anos.

Segundo o irmão do vigilante, Hamilton Lemes, Clenilton era um pai exemplar. “Ele era um pai presente, muito reservado e conselheiro”, disse. Hamilton ainda destacou que, além dos filhos e esposa, o vigilante se preocupava muito com os pais e mantinha contato com eles.

Além de Hamilton, outro irmão de Clenilton, Ailton Sousa, lembram a dedicação dele ao trabalho. “Era um homem bom demais, humilde e sincero”, disse. “Eu quero que ele pague pelo que fez. Não é apenas um acidente, é um crime”, cobrou Hamilton.

A família e os amigos se despediram do vigilante na tarde de segunda-feira, quando o corpo dele foi sepultado, em Goiânia. Diante da dor de perder o marido e o pai dos dois filhos do casal, Antônia cobrou justiça para que mais famílias não passem por essa perda.

O pai de Clenilton, João Lemes, que mora no Pará e veio para Goiânia para o velório do filho, falou sobre o último encontro com o vigilante há um mês. “Ele estava há 10 anos sem ir ao Pará, parece que estava adivinhando o nós não íamos nos ver mais”, desabafou João.

Clenilton, de 39 anos,morreu após o motorista bater na traseira da motocicleta dele na GO-020, segundo a Polícia Militar. De acordo com os policiais, Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, dirigia um carro do modelo Mercedes-Benz C180 e fugiu do local sem prestar socorro.

O acidente ocorreu por volta das 5h40. De acordo com os policiais, o vigilante estava a caminho do trabalho quando foi atingido pelo carro. A Polícia Científica informou que ele teve politraumatismo com múltiplas lesões contusas.

Após a batida, a placa do carro saiu e ficou no local do acidente, o que ajudou a localizar o motorista, enquanto a placa da motocicleta ficou presa ao para-choque do carro.

A Polícia Militar afirmou que, após o acidente, o suspeito foi até a casa dele, localizada em um condomínio de luxo, deixou o carro e se escondeu em um galpão. Durante a abordagem dos policiais, Antonio Netto se recusou a fazer o teste do bafômetro.

A defesa do Sr. Antônio Scelzi Netto, informa que diante da decretação da prisão preventiva em desfavor do nosso cliente, contrário a norma Processual Penal, foi impetrado ordem de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e diante da análise criteriosa e estritamente legal, foi concedida a liminar requerida para revogar a prisão, impondo medidas cautelares diversas da prisão, suficientes para acautelar o resultado útil do processo.

Fonte: g1

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