Israel anuncia pausa humanitária para distribuição de ajuda por terra e retomada de envio aéreo de comida a Gaza

Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas
Israel anunciou neste sábado (26) que retomou o envio de comida por meio de aviões a Gaza e que, no domingo (27), fará uma pausa humanitária para permitir a distribuição de ajuda também por terra.
Na manhã deste domingo, autoridades israelenses confirmaram que farão pausas temporárias nas atividades militares em três áreas: Al-Mawasi, Deir al-Balah e na Cidade de Gaza, segundo a agência Reuters.
O anúncio foi feito em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária vivida pelos moradores do enclave, controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Em março, a entrada da ajuda humanitária em Gaza passou a ser totalmente bloqueada. E, desde maio, esse apoio está concentrado na Fundação Humanitária de Gaza, entidade controversa apoiada por Israel e criticada pela ONU.
Segundo as forças armadas israelenses, o envio de comida por lançamento aéreo incluiria sete paletes de ajuda contendo farinha, açúcar e alimentos enlatados fornecidos por organizações internacionais, acrescentaram os militares em um comunicado.
Os lançamentos aéreos não são o método mais indicado para a ajuda humanitária, porque eles têm um impacto limitado e não é garantido que realmente cheguem à população local, segundo especialistas. A ONU afirma que a melhor forma de acudir os palestinos é removendo todos os bloqueios terrestres à entrada de ajuda.
Já a pausa humanitária será implementada neste domingo (27) em centros de apoio e em corredores humanitários, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
ONU afirma que situação em Gaza é ‘show de horrores’
A volta da permissão da ajuda aérea ocorre em um momento de agravamento da crise humanitária em Gaza, com crescente desnutrição e alastramento da fome entre os dois milhões de palestinos.
Relatos de fome extrema e generalizada se tornaram mais frequentes, e pelo menos 45 pessoas morreram de fome em Gaza desde o início desta semana, segundo a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
“‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes’: disse-me um colega em Gaza nesta manhã”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na quinta-feira (24).
Um vídeo divulgado pela agência Reuters na quarta-feira mostrou crianças palestinas atendidas com desnutrição severa em um hospital de Khan Younis, em Gaza. O World Food Program (WFP), braço das Nações Unidas dedicado à alimentação, disse nesta sexta-feira (25) que quase um terço da população palestina “não come durante dias seguidos”.
O governo Netanyahu culpa a ONU e o grupo terrorista Hamas por impedir que os alimentos cheguem à população palestina.
A operação militar de Israel em Gaza matou mais de 59 mil palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O ataque terrorista feito pelo grupo a Israel em 2023 deixou 1,2 mil mortos – a maioria também de civis –, e 250 pessoas foram feitas reféns.
fonte: g1