Israel bombardeia ministério e depósitos de petróleo; Irã lança mísseis contra Jerusalém e Tel Aviv

Pessoas e socorristas se reúnem em frente a um prédio atingido por um ataque israelense em Teerã — Foto: MEGHDAD MADADI / TASNIM NEWS / AFP
Israel e Irã iniciaram nova onda de ataques aéreos que deixaram mortos e feridos neste sábado (14), terceiro dia de conflito. O novo ataque iraniano atingiu edifícios residenciais na planície costeira e no norte de Israel, conforme informações do serviço de resgate israelense, obtidas pela AFP. Um outro ataque atingiu estações de abastecimento para caças israelenses.
- Três mortes foram confirmadas em Israel após o ataque iraniano ao país neste sábado. O disparo de mísseis deixou cerca de 80 pessoas feridas, de acordo com o Serviço Nacional de Emergência, informou o “The Times of Israel”. Na madrugada de domingo (15) em Israel, quarto dia do conflito, ao menos cinco mortes foram confirmadas no pais em razão dos ataques do Irã no sábado, terceiro dia do conflito.
- Já o Irã afirmou neste sábado que um ataque a um prédio residencial de Teerã deixou 60 mortos, incluindo 20 crianças. Até sexta-feira, 80 pessoas haviam morrido, incluindo militares, mas a maioria de vítimas civis, com outras 320 feridas.
Mísseis iranianos furaram o domo de ferro, um dos principais sistemas de defesa de Israel. Segundo a professora de Relações Internacionais da FESPSP (Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Ana Carolina Marson, Netanyahu tenta contornar a situação e as pessoas já foram liberadas para voltar a circular em Jerusalém. “O ataque é um revide do Irã, outros devem ocorrer”, disse a especialista, ao UOL. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está se reunindo com seu gabinete de segurança após os ataques.
No Irã, instalações de combustíveis foram atingidas. Segundo a CNN, o maior campo de gás natural do mundo, localizado em South Pars e o depósito de petróleo de Shahran, foram bombardeados por Israel após a troca de mísseis de ontem, como havia prometido Netanyahu. “O Irã afirmou que a situação está sob controle”, explicou Marson ao UOL. “É interessante acompanhar isso, principalmente porque o Irã é um grande exportador de petróleo e membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).”
Ministério da Defesa em Teerã foi atingido. A agência de notícias iraniana Tasnim informou que um ataque teve como alvo a sede do Ministério da Defesa do país em Teerã e causou danos leves a um de seus edifícios.
Em uma gravação de vídeo divulgada mais cedo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exaltou a campanha militar do país, dizendo que eles vão bombardear “todo lugar e todos os alvos” no Irã.
“Desferimos um golpe muito severo na principal instalação de enriquecimento do Irã e, se necessário, iremos atacá-la novamente”, referindo-se à usina de Natanz, considerado o coração do programa nuclear iraniano.
Netanyahu também afirmou que seus caças neutralizaram diversas baterias antiaéreas iranianas, criando um corredor seguro no país para suas aeronaves até Teerã.
Israel justificou o ataque ao suposto programa nuclear iraniano. Embora Teerã afirme que enriquece urânio apenas para fins energéticos, Israel, Estados Unidos e a ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que o Irã está cada vez mais perto de construir uma bomba atômica. Para interromper o suposto programa nuclear, Israel promoveu o que chamou de “ataque preventivo”.
O Irã suspendeu as negociações sobre o programa nuclear do país enquanto durarem os ataques de Israel. E direcionou seus ataques às potências ocidentais. O governo do país fez alerta a EUA, Reino Unido e França para que não impeçam ataques contra Israel, e que, caso ajam em prol dos israelenses, suas bases e seus navios também se tornarão alvo.
O aviso foi dado um dia após suas rajadas de mísseis balísticos terem furado as defesas antiaéreas de Israel, atingindo alvos em Tel Aviv e evidenciando possíveis falhas do Domo de Ferro.
Parlamentares iranianos também ameaçam impedir novas inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, a suas instalações.