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Protestos contra governo Trump se espalham pelos EUA

Manifestantes protestam contra deportações e a atuação do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) na cidade de Nova York – Foto: Adam Gray / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Manifestações contra governo Trump após prisões de imigrantes na cidade escalaram após final de semana. Trump mobilizou 4 mil soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, o que escalou tensões com o governo da Califórnia.

Os protestos contra a lei anti-imigração do presidente Donald Trump que começaram em Los Angeles estão se espalhando por diversas cidades dos Estados Unidos. Centenas de manifestações estão previstas para ocorrer nas principais capitais do país no próximo fim de semana.

Os distúrbios tiveram início na última sexta-feira (6), mas aumentaram após a resposta do governo federal, que enviou tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais para conter os manifestantes, apesar das críticas do governador local. Um toque de recolher foi imposto no centro de Los Angeles, e somente na terça-feira (10) quase 200 pessoas foram presas.

Ativistas organizam atos ainda maiores nos próximos dias, com destaque para os eventos intitulados “No Kings”, marcados para sábado em várias cidades, em oposição às recentes batidas contra imigrantes em situação irregular realizadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e o desfile militar planejado por Trump em Washington.

Segundo o governo, as operações de batidas e deportações continuarão, independentemente das manifestações. “O ICE continuará aplicando a lei”, afirmou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, em publicação nas redes sociais na terça-feira (10).

Também ontem, manifestações ocorreram em Nova York, Atlanta e Chicago. Em Chicago, manifestantes chegaram a subir na escultura de Picasso, localizada na Daley Plaza, e pediram a abolição do ICE, que intensificou suas ações na cidade desde sexta-feira passada.

Detidos em manifestações

– Em Nova York, mais de 80 pessoas foram detidas durante os protestos que ocorreram entre a noite de terça e a manhã de quarta-feira, na Foley Square, no sul de Manhattan.

– Na Filadélfia, cerca de 150 pessoas marcharam do Centro de Detenção Federal até a sede do ICE. Alguns manifestantes bloquearam vias com bicicletas e desobedeceram ordens de dispersão. Quinze pessoas foram presas, sendo uma por agressão agravada a um policial. Dois agentes e duas mulheres detidas sofreram ferimentos leves.

– Em São Francisco, cerca de 200 pessoas protestaram em frente ao tribunal de imigração. Nos dias anteriores, milhares já haviam se manifestado, resultando em mais de 150 prisões e relatos de vandalismo.

– Em Seattle, cerca de 50 pessoas se reuniram em frente ao tribunal de imigração com cartazes e tambores, entoando frases como “Libertem todos” e “Abolir o ICE”. Patinetes foram colocados nas entradas do prédio antes da chegada da polícia.

– Em Chicago, além de pedirem o fim das ações de imigração, os manifestantes protestaram contra a presença militar na Califórnia. O número de participantes cresceu e chegou a cerca de mil pessoas até o fim da noite de terça.

Protesto nas ruas de Chicago defende os direitos dos imigrantes – Foto: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Outras manifestações foram registradas em cidades como Denver, Santa Ana, Santo Antônio, Austin, Dallas, Boston e Washington, D.C.

O governador do Texas, o republicano Greg Abbott, disse que mobilizará a Guarda Nacional esta semana, antes dos protestos planejados, e que “usará todas as ferramentas e estratégias para ajudar as autoridades a manter a ordem”. Manifestantes e policiais entraram em confronto na segunda-feira em Austin, onde a polícia usou substâncias químicas para dispersar várias centenas de manifestantes.

Organizações do sul do Texas devem realizar manifestações contra o ICE e suas operações anti-imigração nesta quarta-feira e no sábado, informou a emissora CNN.

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