Rebeldes anunciaram neste domingo (8) que o ditador sírio Bashar al-Assad fugiu da capital Damasco
Forças rebeldes celebram chegada a Damasco em ofensiva para derrubar ditador Bashar al-Assad — Foto: Omar Sanadiki/AP
As forças rebeldes na Síria declararam Damasco “livre”, alegando que Bashar al-Assad fugiu da capital, de acordo com uma declaração publicada neste domingo (8).
Bashar al-Assad deixou Damasco em direção a um destino desconhecido, segundo dois oficiais do Exército citados pela agência Reuters. Os rebeldes afirmam ter entrado na capital sem encontrar resitência militar.
Testemunhas relataram que milhares de pessoas, a pé e em carros, se reuniram na praça principal de Damasco, acenando e gritando “Liberdade”.
Ainda segundo a Reuters, o primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, afirmou que permaneceu em sua casa e estava disposto a apoiar a continuidade do governo, após a fuga de Assad.
“Declaramos a cidade de Damasco livre do tirano Bashar al-Assad”, escreveu o Comando de Operações Militares em uma publicação no Telegram.
“Para os deslocados em todo o mundo, uma Síria livre os aguarda”, acrescentou a declaração.
Os rebeldes alegaram anteriormente ter entrado na capital e assumido o controle da notória Prisão Militar de Saydnaya ao norte de Damasco.
O primeiro-ministro sírio Mohammad Ghazi al-Jalali disse que o governo está pronto “para cooperar com qualquer liderança que o povo escolher”, em uma mensagem gravada na manhã deste domingo.Play Video.
Em seguida, o líder rebelde sírio Ahmed al-Sharaa disse que está proibido se aproximar de instituições públicas, que, segundo ele, continuarão sob a supervisão do “ex-primeiro-ministro” até serem oficialmente entregues.
Em um pronunciamento ao vivo na TV local, os rebeldes comemoraram o que chamaram de “queda de Assad” e afirmaram estar libertando pessoas que foram injustamente presas durante o regime do ditador.
O líder da oposição síria, Hadi al-Bahra, baseado na Turquia, anunciou à Al Jazeera que representantes do grupo se reunirão com países árabes, europeus e a ONU para discutir e definir a próxima fase do processo político na Síria.
O jornal The New York Times informou que um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que o presidente americano Joe Biden está “monitorando de perto os eventos extraordinários na Síria”.
Mais cedo, antes da fuga de Assad, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em janeiro, afirmou que o país não deve se envolver no conflito.