A cidade de São Paulo registrou no ano passado 1.099 casos suspeitos de intoxicação por drogas K, e investiga 12 óbitos que podem ser decorrentes do uso dessas drogas.
Em 2022, foram 99 casos suspeitos de intoxicação por canabinoides sintéticos no município, ou seja, em 12 meses, os casos notificados cresceram 11 vezes. Os dados são da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal da Saúde.
Os casos suspeitos e os óbitos são de notificação compulsória tanto na rede pública quanto na particular e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Os dados podem indicar tanto um crescimento real do consumo dessa droga, como o aumento da atenção do estado em orientar as equipes a notificar esses casos, segundo informou a prefeitura em 2023.
A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), apreendeu, em todo o ano de 2023, cerca de 157,1 kg de canabinoides sintéticos (um volume 13 vezes maior do que o do ano anterior).
Em 2021, o Denarc apreendeu 5,6 kg dessas substâncias. Já em 2022, foram totalizados 11,6 kg.
As chamadas drogas K surgiram em laboratórios no início dos anos 2000. Apesar de também ter se popularizado como “maconha sintética”, usar o termo para as chamadas drogas K – conhecida nas ruas como K2, K4, K9 e spice – é um erro e pode trazer uma falsa ilusão sobre o real potencial da droga, apontam especialistas.
O governo de São Paulo disse em 2023 que os efeitos da droga podem ser piores do que o crack. “Estamos acompanhando de forma bastante atenta”, disse Wagner Laguna, assessor técnico da área de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde. Ele integra a Coordenadoria de Atenção Básica (CAB), grupo formado por uma equipe de técnicos de áreas que envolvem a saúde mental.
Laguna cita que iniciativas recentes quanto as “drogas emergentes” vão de ações de assistência – os atendimentos feitos nos equipamentos voltados ao cuidado de saúde mental – ao aprimoramento de notificações dos dispositivos de vigilância epidemiológica. O avanço dos sintéticos vem sendo discutido e estudado pelo governo municipal, garante a prefeitura.
Os efeitos das drogas K no organismo humano ainda são uma incógnita, mas os especialistas descrevem alguns sintomas:
- causam dependência
- atinge diversas regiões do corpo
- tem potencial para aumentar a depressão
- aumento da frequência cardíaca
- ataques de raiva e agressividade
- paranoia
- ansiedade
- alucinações
- convulsões
- insuficiência renal
- arritmias cardíacas
- morte
Fonte: g1
