A justiça de Goiás tornou réus os seis policiais envolvidos na morte de dois homens durante confronto simulado em Goiânia
A Justiça de Goiás tornou réus os seis policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD) envolvidos na simulação de um confronto, que terminou com a morte de dois homens, em Goiânia. Segundo denúncia do Ministério Público (MPGO), Marines Pereira Gonçalves e Junio José de Aquino eram informantes dos PMs e tiravam proveito de crimes junto com eles.
A denúncia foi recebida pela Justiça na terça-feira. Segundo o Ministério Público, os policiais foram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, por terem agido sem dar chance de defesa às vítimas, com motivo fútil e de forma dissimulada, marcando um encontro sem levantar suspeitas “quanto às intenções homicidas”. Foram denunciados os PMs:
- 1º Tenente Alan Kardec Emanuel Franco
- 2º Tenente Wandson Reis Dos Santos
- 2º Sargento Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira
- 3º Sargento Wellington Soares Monteiro
- Soldado Pablo Henrique Siqueira e Silva
- Soldado Diogo Eleuterio Ferreira
Como a decisão da Justiça não acolheu o pedido dos promotores de prisão preventiva dos acusados e nem o pedido de afastamento deles das atividades policiais, o MPGO informou que “estuda a medida jurídica a ser tomada”.
A denúncia, segundo o órgão, explica a atuação de cada um dos policiais, assim como os meios usados por eles para esconder o crime e reforçar a ideia de que tudo não passava de um um confronto, em que a equipe apenas revidou tiros que tinham sido disparados primeiro pelas vítimas.
Para os promotores, os policiais Marcos, Wandson, Wellington e Pablo Henrique participaram ativamente das mortes. Já Allan Kardec e Diogo, agiram descaracterizados para ajudarem na execução.
O crime aconteceu em 1º de abril, segunda-feira, em Goiânia. Segundo a denúncia, os policiais armaram um encontro com as vítimas para que “algo” fosse entregue. Um vídeo, reforça a afirmação ao mostrar Júnio dizendo que tinha um compromisso para buscar um “trem” na sede do batalhão do COD, ao meio-dia de uma segunda-feira. O local em que os dois homens foram executados fica a aproximadamente 2,2 quilômetros do batalhão.
Segundo o MPGO, o carro das vítimas estava estacionado próximo ao meio-fio do Centro de Treinamento do Vila Nova Futebol Clube. Marines estava dentro do carro, sentado no banco do motorista, enquanto Junio estava em pé do lado de fora, próximo à porta dianteira direita, quando os policiais se aproximaram e dispararam contra as vítimas.
Um vídeo, feito pelo celular de uma das vítimas, mostra parte do crime e revela que nenhum dos dois homens reagiu. Apesar disso, foram baleados com um fuzil. A filmagem ainda mostra a possível simulação de confronto, em que um dos policiais aparece sacando uma pistola e atirando duas vezes e outro militar tira outra arma da sacola e também dispara duas vezes.
Um investigação feita pela Corregedoria da Polícia Militar também concluiu que os PMs mentiram para justificar as ações e dificultar as investigações. No inquérito, é revelado que os policiais apresentaram diferentes versões sobre motivações, disparos e até horários da ocorrência.
Fonte: g1