Foto: Divulgação
O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, suspendeu as operações nesta terça-feira (30) depois que técnicos da Infraero identificaram óleo espalhado por toda a pista principal. Até a última atualização desta reportagem, não havia previsão de retomar as atividades.
Com quase 60 chegadas e partidas canceladas — e alguns poucos voos desviados para o Aeroporto Internacional do Galeão —, o terminal foi lotando de passageiros ao longo da manhã, com muitas dúvidas sobre quando iriam viajar.
“A gente estava indo a uma reunião de trabalho em São Paulo, e esse voo atrasado vai complicar muito a nossa vida”, disse João Gabriel Soares, diretor de operações de uma operadora de telefonia. “A gente já estava com hotel pago, almoço marcado com fornecedor. Vamos perder muita coisa”, lamentou.
O que aconteceu
Segundo a Infraero, o incidente foi na noite de segunda-feira (29), quando um veículo de serviço que fazia uma inspeção espalhou óleo na pista. Diante do risco de derrapagens, o aeroporto parou.
Normalmente, os aviões começam a decolar do Santos Dumont às 6h, mas nenhum levantou voo. Também não houve chegadas, e Congonhas (SP), Viracopos (SP), Confins (MG) e Brasília (DF) sentiram os impactos da paralisação.
No fim da manhã, os alto-falantes do saguão chegaram a informar que as operações voltariam às 14h, mas a Infraero não deu prazo.
“A retomada dos voos está condicionada à completa remoção do produto, já que a pista precisa atender aos mais altos padrões de segurança”, disse, em nota.
Passageiros relatam transtornos
O engenheiro Bruno Pulier ia para Congonhas no voo das 8h. “Chegaram a confirmar no telão, mas cancelaram, não conseguiram. Vou ficar trabalhando ali em cima, remoto. Não tem muita opção”, contou.
O aposentado José Welton dependia de conexão em São Paulo para ir a Minas Gerais. “Vim saber que estava cancelado quando cheguei ao aeroporto. Hoje está inviável de viajar, não tem como. Vou ter que retornar para casa e aguardar a opção deles.”
A também aposentada Diva Anastácia disse que chegou a embarcar, mas a aeronave não saiu do solo. “Já estava no avião e avisaram que na pista tinha derramado óleo. Deram uma previsão para as 8h, depois para as 10h… ficamos 1 hora e meia dentro do avião aguardando”, lembrou.
Mutirão
A Infraero esclareceu que o vazamento ocorreu durante manutenção preventiva, realizada no período noturno, “quando não há voos no aeroporto”.
O vazamento aconteceu próximo à cabeceira da pista, um ponto crucial tanto para o pouso — quando as aeronaves tocam o solo — quanto para a decolagem — na fase final de aceleração.
“Tão logo foi identificado o vazamento, a Infraero iniciou os trabalhos para a liberação da pista, com a remoção do veículo e a limpeza da área atingida, utilizando desengraxante biodegradável”, detalhou.
Durante toda a manhã, equipes de manutenção trabalhavam na limpeza para liberar as operações. O Globocop registrou técnicos varrendo vários trechos com o sabão.
“A Infraero reitera seu compromisso com a segurança dos passageiros. O Notam (aviso aos aeronavegantes) já foi publicado. Demais informações estão sendo apuradas”, emendou.
Funcionários do Santos Dumont trabalhavam na limpeza da pista por volta das 8h20 desta teça (30) – Foto: Reprodução / TV Globo
