Economia

Alvo do tarifaço, setor de calçados lamenta ‘pior outubro em uma década’

Foto: Divulgação/Abicalcados

A indústria de calçados afirma que a cobrança de 50% sobre as exportações para os Estados Unidos fez o setor enfrentar “o pior outubro em uma década”. Como resultado da situação adversa, as fábricas cortaram 1.650 postos de trabalho, relata a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).

Indústria calçadista sente os efeitos do tarifaço de Donald Trump. A tarifa alfandegária de 50% sobre os sapatos brasileiros permanece vigente nos Estados Unidos, mesmo após a recente ampliação na lista de produtos isentos da sobretaxa anunciada em julho. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, afirma que o cenário adverso amplia as preocupações do setor.

Fabricantes afirmam ter enfrentado “o pior outubro em uma década”. A avaliação da Abicalçados considera o volume de demissões de trabalhadores com carteira assinada. Com o desligamento de 1.650 profissionais, o setor fechou outubro oferecendo 294 mil empregos diretos, valor 0,6% inferior ao registrado mesmo período do ano passado.

Pela primeira vez em 2025, o estoque total de emprego situa-se abaixo do patamar do ano anterior, revertendo um cenário de crescimento.
Abicalçados, em nota

Abicalçados prevê perda de 8.000 empregos diretos em 2026. A projeção considera a manutenção do tarifaço sobre as vendas do setor. “A manutenção da vigência da medida ao final deste ano já compromete os embarques da próxima temporada”, afirma Ferreira.

Setor não entrou na lista dos beneficiados com a redução das taxas. O setor de calçados teve as tarifas sobre as vendas para os EUA mantidas, ao lado dos segmentos de máquinas, pescados, madeira, produtos eletrônicos e transformadores, entre outros. O alívio anunciado há duas semanas foi favorável, principalmente, para os ramos de café, carne e outros alimentos.

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