Esporte

Bia Haddad é a esperança de uma nova era do tênis brasileiro

Aos 26 anos, tenista se consolida com dois títulos seguidos na grama, vitórias expressivas e faz país voltar ao cenário global da modalidade

Beatriz Haddad Maia é a nova cara do tênis brasileiro. Aos 26 anos, a tenista se consolidou como o grande nome do país na modalidade atualmente com um excelente começo de temporada na grama. São 10 vitórias seguidas e dois títulos, nos WTA 250 de Nottingham e Birmingham. Nesta semana, ela disputa mais um torneio na grama, também na Inglaterra: o WTA de Eastbourne. A partir do dia 27, será cabeça de chave – provavelmente a 21ª – em Wimbledon.

Os resultados recentes alçaram a brasileira ao posto de 29ª  no ranking mundial atualizado nesta segunda-feira, a melhor marca de uma mulher brasileira na história igualando Maria Esther Bueno, que o fez em 1976 (vale ressaltar que o auge da carreira dela foi antes da criação do ranking em 1973). É também o mais alto posto de um brasileiro no esporte desde 2011, quando Thomaz Bellucci foi 28º.

Mais do que os títulos, que ainda não vieram nos torneios de maior categoria da modalidade, são as vitórias que chamam a atenção para o que Beatriz vem fazendo. Em duas semanas, venceu Maria Sakkari, atual número 6 do mundo, Kvitova e Halep, ex-campeãs de Wimbledon, na grama.

Beatriz Haddad Maia dá em quadra sinais de que essas vitórias são só o começo… ou um recomeço no caso da brasileira. Depois de surgir como uma grande promessa, Bia precisou lidar com uma suspensão de 10 meses por doping graças à contaminação (comprovada) de um suplemento. Na ocasião, a brasileira conseguiu mostrar às autoridades que seu caso foi por uma contaminação cruzada na manipulação de vitaminas em farmácia.

O período afastada se somou à paralisação do circuito por conta da pandemia da Covid-19. Foi mais de um ano fora das quadras e uma queda de 200 posições no ranking mundial. Hora de começar tudo de novo. E é exatamente o que a brasileira vem fazendo.

O primeiro sinal de que 2022 seria o ano de Beatriz foi no Australian Open, em que chegou à final do torneio de duplas. O título no Challenger de Saint-Malo mostrou um começo promissor no saibro, mas foi na grama inglesa que a brasileira mostrou que realmente pode competir com as melhores do mundo.

Foram apenas as duas primeiras taças de nível WTA de Haddad Maia, mas que a colocam em condição de ser cabeça de chave em Wimbledon, especialmente com oito competidoras russas e belorussas mais bem ranqueadas vetadas da competição por conta da guerra.

Beatriz surge como uma nova cara para o tênis brasileiro, tão carente de ídolos nos últimos anos, que prova cada vez mais sua força feminina. Do legado de Maria Esther Bueno com seus sete títulos de simples e 11 de duplas em grand slam, passando pelos dois títulos de Teliana Pereira em 2015, o bronze olímpico de Laura Pigossi e Luísa Stefani em 2021, chegando agora em Bia Haddad.

Ainda é, obviamente, muito cedo para afirmações sobre até onde Haddad Maia pode chegar, mas ela é, nesse momento, a principal esperança do torcedor brasileiro de ver novamente um tenista brigando pelos principais títulos do circuito.

– Ela (Maria Esther Bueno) é incrível. É a melhor tenista mulher da história do Brasil. Eu fico feliz de poder ter conhecido ela e conversado. Obviamente, não pude vê-la jogar, mas assisti alguns vídeos – comentou.

Maria Esther Bueno venceu 19 Grand Slams — Foto: Reprodução SporTV
Maria Esther Bueno venceu 19 Grand Slams — Foto: Reprodução SporTV

Fonte: ge

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