Brigadeirão envenenado: Júlia escreveu carta pedindo ajuda ao namorado e dizendo que foi ‘coagida e ameaçada’
Psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond – Foto: Reprodução
Em carta enviada ao outro namorado, Júlia afirma que foi coagida a envenenar Luiz Marcelo. A psicóloga ainda pede perdão para o outro namorado, que alegou só ter conhecimento da traição com a repercussão do caso.
A psicóloga Júlia Andrade Carthemol, disse a seu outro parceiro que estava sofrendo “lavagem cerebral” e ameaças. De acordo com investigações da Polícia Civil, a mulher de 29 anos se referia à Suyany Breschak, a “cigana” que também está presa, suspeita de ser cumplice e mentora intelectual do crime.
“Eu sei que você está p… comigo, se sente traído e enganado, e eu entendo. Mas queria que entendesse que eu estava sendo coagida (…). Eu sei que não ameniza, mas tudo o que está acontecendo foi porque fui fraca mentalmente, sofri uma lavagem cerebral e fui ameaçada de morte. Então, eu surtei (…). Eu preciso muito do seu amor, do seu apoio e do seu perdão”, escreveu Júlia.
A carta teria sido escrita no dia 30 de maio, quando Júlia ainda estava sendo procurada. “Esses dias eu estou em surto, me machuco, me recuso a comer, só choro. Estou tendo o apoio da minha mãe e Marina, mas você me acalma, me protege e eu me sentiria mais forte. Desculpa citar isso, mas a sua ex fez por prazer, além de não ter cuidado de você quando mais precisou, você implorou para voltar”, diz outro trecho do texto.
Pedido de ajuda
Júlia pediu para seu outro namorado um pouco de compreensão. Mais do que isso, a psicóloga clamou para que o pai de seu companheiro, que seria advogado, fizesse sua defesa no caso.
“Por que não pode ao menos pensar em me dar uma segunda chance? Agora é a hora que eu mais preciso de você. Por favor, não me abandona. Fica do lado da sua mulher nesse momento difícil. Tenho certeza que daria a vida por você”, afirmou.
“Seu pai não quer pegar o caso por causa do beijo, mas como ele sempre diz: ‘Não é o que você faz, mas o porquê faz’. Tenta entender o motivo se você puder, ele aceita me ajudar também”, acrescentou Júlia.
Entenda o caso
O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto, já em estado de decomposição, no dia 20 de maio, em seu apartamento na Zona Norte do Rio.
A principal suspeita do assassinato é a namorada do empresário, Júlia Cathermol, que teria o envenenado com um brigadeirão lotado de remédios.
Em depoimento, Suyany disse que Júlia admitiu ter matado o namorado com a sobremesa, que tinha preparado com mais de 60 comprimidos de um potente analgésico à base de morfina.
Segundo as investigações, Júlia teria sido motivada economicamente para cometer o crime, após descobrir que Luiz havia desistido de formalizar uma união estável com ela.
“A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união”, disse o delegado Marcos Buss, titular da 25ª DP.