Polícia

Serial killer que confessou homicídios em Rio Verde é suspeito de mais de 15 crimes

Foto: Divulgação

Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, preso suspeito da morte de Elisângela Silva de Sousa, enquanto a vítima ia para o trabalho, é investigado por mais de dez crimes, em Rio Verde, na região sudoeste do estado, incluindo feminicídio, furto, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e latrocínio, segundo o delegado Adelson Candeo. Natural da Bahia, ele é suspeito de outros crimes no estado do nordeste.

O suspeito está preso desde 12 de setembro, quando voltou ao local aonde Elisângela foi morta e foi detido pela polícia. Ele está na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Rio Verde.

Em nota, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) informou que o representou durante a audiência de custódia e não atua mais no caso.

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29), a Polícia Civil informou que considera o homem um “criminoso em série”. Até o momento, ele confessou três feminicídios, de acordo com o investigador.

“O FBI e outras instituições entendem que um criminoso em série é a partir de três vítimas com as mesmas características, dissimulação, falta de empatia, falta de remorso e arrependimento, violência excessiva e piromania em alguns casos, modos operandis semelhantes. Então, consideramos sim um criminoso em série”, afirmou o delegado.

Crimes cometidos na Bahia

Natural de Salvador (BA), somente na Bahia, Rildo é investigado por cinco casos, sendo um roubo, um estupro, dois homicídios e um caso de violência doméstica.

Dos 11 crimes em que é suspeito em Goiás, a maioria ocorreu no Bairro Popular, em Rio Verde, após se mudar para o estado goiano em janeiro de 2025.

Até o momento, a polícia confirmou em território goiano, três feminicídios, três estupros, tentativa de feminícido, e diversos crimes patrimoniais. Além disso, Rildo é suspeito de ter participado do desaparecimento de outras duas mulheres.

Confira abaixo a linha do tempo dos crimes cometidos em GO por criminoso em série:

  • 01/03/2025 – Estupro
  • 01/03/2025 – Estupro e tentativa de feminicídio
  • 04/05/2025 – Desaparecimento
  • 10/05/2025 – Roubo de celular, dano, furto de veículo e incêndio
  • 17/05/2025 – Estupro
  • 07/07/2025 – Feminicídio
  • 29/08/2025 – Feminicídio
  • 29/08/2025 – Desaparecimento
  • 07/09/2025 – Latrocínio
  • 12/09/2025 – Feminicídio

Como o suspeito agia?

De acordo com a polícia, o suspeito tinha o costume de usar uniforme, para se disfarçar como um funcionário de limpeza urbana, ao cometer os crimes.

“O uniforme era usado sempre na prática dos crimes, tanto no latrocínio quanto no feminicídio. Era uma forma de facilitar a abordagem da vítima, andar de madrugada pelas ruas e evitar uma eventual abordagem da polícia”, contou o delegado.

Segundo o investigador, o homem retornava aos locais dos crimes como uma forma de vaidade. “Observar a Polícia Técnico-Científica, a Polícia Civil e a Polícia Militar isolando a área, tudo isso trazia prazer a ele”, contou.

“É nítido que essa violência toda, excessiva, empregada contra as vítimas, era totalmente desnecessária, que revela o prazer desse indivíduo em praticar o crime, com total falta de empatia contra suas vítimas”, disse Adelson.

A polícia informou que o homem é suspeito:

  1. Cometia ataques violentos;
  2. Fazia uso de fogo;
  3. Se vestia de Gari;
  4. Usava de violência sexual;
  5. Tentou de ocultar cadáveres;
  6. Não tinha vínculos com as vítimas;
  7. Cometia crimes perto da própria casa;
  8. Agia de noite ou de madrugada;
  9. Fez mais vítimas mulheres.

Polícia encontra bolsas femininas na casa de suposto serial killer, em Goiás – Foto: Divulgação/Polícia Civil

A polícia identificou que as mulheres dos casos de feminicídios também sofreram violência sexual, eram dependentes químicas e andavam a noite. Elas foram mortas “com pancadas na cabeça, em um terreno baldio, durante uma madrugada, foram deixadas sem roupas e com alguma tentativa de ocultação de cadáver”, declarou o investigador.

O delegado detalhou que na residência onde o homem morava sozinho, foram encontradas mais de cinco bolsas, facas e bonecas. Uma das bolsas chegou a ser reconhecida pela mãe de uma das mulheres desaparecidas.

Elisângela Silva de Souza foi encontrada morta em um lote baldio na quinta-feira (11). Segundo a Polícia Civil, ela foi abordada por Rildo enquanto caminhava para ir ao trabalho. Nesse momento, o suspeito teria anunciado um assalto e obrigado a vítima a acompanhá-lo até um terreno baldio.

Em imagens divulgadas pela TV Anhanguera, o suspeito aparece andando pela rua e segurando a vítima pelo braço até o local do crime.

“Lá, ela teria entrado em luta corporal com ele e caiu e bateu a cabeça. Essa é a versão dele. Depois, ele escondeu o corpo dela e tirou a calça dela para dificultar a localização, já que a calça dela era vermelha e destoava do terreno. Entretanto, o corpo dela estava completamente enterrado”, contou o delegado.

O delegado informou que embora o suspeito não tenha confirmado a prática de violência sexual, a perícia identificou que a vítima foi violentada. Em depoimento, ele chegou a afirmar que a jovem caiu e que não queria mata-la.

“A quantidade de lesões que a Elisângela tinha no rosto e no crânio deixa muito evidente que não foi um acidente. Ela foi agredida com extrema violência e extrema barbaridade”, declarou Candeo.

Suspeito de matar jovem a caminho do trabalho a agrediu com ‘extrema violência e barbaridade’, diz delegado – Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Investigação de outros crimes

Homem é suspeito de ser um serial killer, em Rio Verde – Foto: Reprodução/TV Anhanguera

De acordo com o delegado, após a morte de Elisangêla e a prisão de Rildo, a polícia levantou a suspeita de que ele poderia ser o autor de outros dois feminicidios, que ocorreram de formas similares, como o caso da mulher em situuação de rua, Monarca Pires.

O investigador pontuou que a partir da investigação dos outros dois casos de feminicídios, foi possível confirmar a autoria de Rildo em um latrocínio. “Em seguida, chegou a confirmação de que ele já havia cometido crimes sexuais na cidade, através da Delegacia da Mulher”, disse.

Após a divulgação da imagem de Rildo, mulheres vítimas de estupro foram identificadas. Uma delas chegou a ter o corpo queimado, mas conseguiu escapar, conforme informado pela polícia.

“O Rildo tem prisões decretadas por feminicídio e também pelos crimes de estupro. Ele vai responder e ser indiciado por esses crimes. A investigação continua em relação às mulheres desaparecidas, para tentar localizar esses corpos, e confirmar outros eventuais crimes”, ressaltou o delegado.

Adelson deu detalhes de um dos casos de desaparecimento que é investigado. “A localização do telefone dela é muito próxima ao local em que o Rildo se encontrava por último, ou seja, a localização de ambos é muito próxima de onde essa mulher foi vista pela última vez”, contou.

O delegado contou ainda que a polícia está tentando informações sobre pelo menos dois feminicídios, que teriam sido cometidos no estado da Bahia, com características semelhantes aos de Goiás.

fonte: g1

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