Cidades

Dono de empresa de eventos é preso suspeito de integrar grupo investigado por fraudes em licitações em mais de 30 cidades

O empresário Werlan Vieira Moura, de 52 anos, foi preso suspeito de integrar um grupo investigado por fraudes em licitações em pelo menos 34 cidades de Goiás. Werlan é dono da Nobel Eventos, empresa responsável por shows e festivais em cidades goianas.

Werlan foi preso nesta quarta-feira (7), em Anápolis, a 55km de Goiânia. A operação foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o grupo é suspeito de receber R$ 300 milhões entre 2015 e 2022 de verba dos municípios goianos.

Em uma rede social, Werlan descreve que é proprietário da Nobel Eventos e Geradores que, segundo ele, há 18 anos, realiza os maiores shows do Brasil. Além disso, há na descrição do perfil as empresas: Estância Nobel, Nobel Music, Nobel Geradores e Rancho Nobel. No perfil da empresa, foi divulgado que, no dia 23 deste mês, está previsto um show do cantor Gusttavo Lima.

Werlan Vieira De Moura, dono da Nobel, empresa de eventos — Foto: Reprodução/Instagram

Operação

A operação acontece por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). Foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao grupo.

De acordo com o MP-GO, além das fraudes, o grupo é suspeito de desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e outros crimes. Conforme divulgado pelo órgão, o grupo criou várias empresas em nomes de “laranjas” para simular concorrências em licitações.

A investigação mostrou que, além das fraudes nas licitações, os membros do grupo, que têm envolvimento de agentes públicos, forjavam a contratação sem licitação das empresas para facilitar os desvios de recursos públicos, por serviços ou bens que não eram executados ou entregues.

Atuação

Segundo o MP-GO, as empresas criadas não tinham estrutura e, mesmo assim, possuíam um leque de atividades descritas nos contratos. A investigação apontou que essa tática era uma forma de possibilitar o uso das empresas em contratações públicas envolvendo diversos ramos, entre eles:

  • Locação de equipamentos e estruturas para shows e eventos, cantores sertanejos e afins
  • Fornecimento de mão de obra
  • Serviços de limpeza
  • Locação de veículos
  • Materiais higiênicos e hospitalares destinados ao combate da Covid-19

O MP-GO informou que 26 investigados e 21 empresas tiveram o sequestro e bloqueio de bens no valor de mais de R$ 172 milhões. A decisão foi da juíza titular da Vara Especializada, Placidina Pires.

A megaoperação teve na equipe 30 promotores de Justiça, 23 delegados de Polícia, 65 agentes policiais e 100 policiais militares, além de servidores do MP-GO e integrantes da Polícia Penal e do Corpo de Bombeiros de Goiás.

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