“Em alguns momentos cheguei às lágrimas”, diz Amaury Menezes sobre documentário bibliográfico que conta sua trajetória.
Modesto, o pintor e desenhista de 93 anos, se acha merecedor da honraria. Mas salienta que o Estado tem pessoas com mais méritos para uma obra dessa dimensão.
Renomado produtor Weber Santana prepara lançamento de sua nova obra em que homenageia o grande artista goiano.
José Amaury de Menezes, aos 93 anos de idade, se sentiu lisonjeado e orgulhoso de ver a sua história de vida sendo retratada no documentário que leva seu nome e conta sua trajetória.
Previsto para ser lançado no dia 2 de março, no Cine São Joaquim, na Cidade de Goiás, onde o artista reside há cerca de 4 anos.
Assinado pelo renomado e premiado diretor e roteirista goiano Weber Santana da Catira Filmes produções, o filme, com duração de 97 minutos, contou com o apoio da Lei Goyazes, pela Secretaria de Cultura do Governo de Goiás e patrocínio da Centro-Oeste Laticínios.
O make-off do filme foi gravado nas cidades de Goiás, Goiânia e Bragança Paulista (SP).
Natural da cidade de Luziânia, Menezes figura no cenário nacional como um dos melhores pintores e desenhista brasileiro.
Retratando a arte goiana com representações de cenas urbanas e cotidianas, seu nome passou a circular na capital paulista, após participar de uma exposição no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, em 1966.
Entre 1968 e 1971, tornou-se diretor do curso de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás(UCG) .
Mas foi em 1970, que Amaury resolveu se dedicar à técnica em que mais se destacaria, a aquarela, na época Goiânia passava por um movimento artístico e cultural intenso.
Amaury Menezes levou sua Exposição para o Congresso Nacional dos Intelectuais em 1954, foi um dos fundadores do Museu de Arte de Goiânia, onde uma das salas leva seu nome, e recebeu, em 1990, o famoso prêmio Prix Lucien Martial, concedido pela Societé Internacionale da Beaux Arts
“Foi bastante emocionante reviver estes capítulos.
Em alguns momentos cheguei às lágrimas. Me sinto envaidecido, muito orgulhoso, apesar de não me achar merecedor de tanto”.
Declarou o artista.
Com modéstia à parte acrescentou, “não me acho merecedor. No Estado tem pessoas com mais méritos que eu para uma obra dessa dimensão”.
Ressalta que ainda não assistiu a apresentação técnica de sua obra, por preferir aguardar a surpresa no dia do lançamento.
E encerra enfatizando que, “nunca pretendi mudar o mundo com minha pintura. Se eu souber que uma pessoa teve um momento de paz ao observar um trabalho meu, acho que valeu a pena ser pintor”.
“Quando fazia cobertura das exposições de Amaury, há 20 anos atrás, nasceu o desejo de produzir o filme”
Weber Santana, além de diretor e roteirista é fotógrafo, com diversos prêmios acumulados no currículo na área de cinema e também de fotografia. E tornou-se bastante conhecido na área comercial e jornalística do Estado, quando de cinegrafista passou a ser diretor de imagens da Organização Jaime Câmara (OJC).
Seu próximo projeto já saiu da gaveta, intitulado “Por trás das Câmeras “, o filme narra a história dos bastidores ocultos das telenovelas e durante as produções, Weber aproveitou para realizar um sonho antigo, ao participar das gravações da novela Cara e Coragem, nos estúdios do projac da Rede Globo em São Paulo, como cinegrafista, filmando 8 capítulos da trama.
E agora acaba de realizar um sonho que nasceu há cerca de 20 anos, quando ainda, “trabalhava na TV Anhanguera e fazia a cobertura das exposições dos quadros do Amaury, eu gostava muito de apreciar e analisar aquelas pinturas, porque era muito parecido com o meu estilo de fazer fotos. E pensava: um dia quero fazer um documentário do sr.Amaury e hoje depois de 20 anos e 1 ano de filmagens o projeto foi aprovado pela lei Goyases e pronto para ser lançado”.
Santana resume o contexto do seu trabalho, dizendo que gravar o documentário foi algo muito especial para ele e destaca uma das cenas da obra, “ele (Amaury) é um baú de conhecimento e história. Foi muito emocionante e de grande valia gravar esse documentário bibliográfico.Uma das partes que chamou minha atenção , é que ele recorda com detalhes do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico, quando ele descia a cavalo para ir até sua residência e tomarem café juntos. Naquela época só existia 100 casas na cidade e essa história ele me contou dentro da casa do finado Pedro Ludovico que hoje se tornou museu.”
Suely Carvalho