Economia

Grupo Petrópolis pede recuperação judicial, com dívidas de R$ 4,2 bilhões

Companhia é dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras; Justiça já concedeu uma tutela cautelar de urgência.

O grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou com pedido de recuperação judicial, nesta segunda-feira (27), na Justiça do Rio de Janeiro. As dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões, segundo informa sua própria defesa. Desse total, 48% são com empresas financeiras, e 52%, com fornecedores e terceiros.

Nesta terça (28), a Justiça concedeu uma tutela cautelar de urgência ao grupo, que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A Petrópolis afirmava que a tutela era urgente, para evitar o “iminente estrangulamento do fluxo de caixa”.

De acordo com a petição da recuperação judicial, o grupo disse enfrentar já há 18 meses uma crise de liquidez, decorrente da redução de receita.

No ano passado, a empresa vendeu 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, o que representa uma queda de 23% na comparação com 2020. Essa diminuição significou um recuo de 17% na receita bruta do período. Ao mesmo tempo, os custos do setor subiram e, ainda segundo a defesa da Petrópolis, não foram repassados ao consumidor.

O aumento da taxa básica de juros, a Selic, também teria agravado a situação do grupo, pressionando o nível de endividamento. Essa elevação no juro tem gerado um impacto de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da companhia.

Nesse processo, a Petrópolis é representada pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho. Na petição, eles afirmam que, até o fim de março, haverá a necessidade de capital de giro de R$ 360 milhões acima do que havia sido projetado para o período. Até 10 de abril, vai ser preciso um valor R$ 580 milhões superior.

“A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes para o grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa, a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial”, diz o documento.

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