Investigação afasta 21 pessoas de empresas de ônibus por suspeita de ligação com o PCC e a prefeitura assume a operação em SP
Operação deflagrada pelo Ministério Público nesta terça-feira (9) determinou o afastamento de 21 pessoas ligadas às empresas de ônibus UPBus e Transwolff, acusadas de envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Todas administram linhas de transporte público na cidade de São Paulo.
Segundo o Ministério Público, o objetivo da operação é desarticular duas organizações que estariam lavando dinheiro do proveniente do tráfico de drogas, roubos e outros crimes.
De acordo com decisão enviada pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital na última sexta-feira (5), foram afastados da empresa UPBus os funcionários Ubiratan Antonio da Cunha, Anisio Amaral da Silva, Wesley dos Santos Souza, Christianne Oliveira Loiola, Alessandro Santa Fausta, Andrezza Becheli Santa Fausta, Rubens Santa Fausta, Eliana Aparecida Vitoria, Priscila Carolina Vitoria Rodriguez Acuna, Ivanilda do Nascimento Ribeiro, Admar de Carvalho Martins, Alexandre Salles Brito, Jacqueline Cavalcante Brito, Ahmed Hassan Saleh e Rosana Aparecida Ferreira dos Santos.
Em relação à Transwolff, foi determinado o afastamento cautelar de Carlos Couto Ramos, Cícero de Oliveira, Luiz Carlos Efigenio Pacheco e Robson Flakes Lopes Pontes. Esses últimos são dono e diretor da empresa, e foram presos nesta terça.
A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) decretou a intervenção na empresa UPBus. Wagner Chagas Alves e Angelo Fêde, servidores da SPTrans (São Paulo Transporte), assumiram a direção da empresa.
A Operação Fim da Linha é realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, Polícia Militar, Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Receita Federal.
Os 52 mandados de busca e apreensão tem como alvo 39 pessoa física e 13 empresas. Do total, 41 são da cidade de São Paulo e os demais são de Barueri, Cotia, Guarujá, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itaquaquecetuba, Itu, Mauá, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e São José dos Campos.
Operação Fim da Linha cumpre quatro mandados de prisão preventiva – Reprodução / Redes Sociais
Nova operação policial
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Cássio Araújo de Freitas, disse hoje que, de forma preventiva, a polícia iniciou hoje uma nova operação na cidade “para garantir o fluxo do transporte público”. A operação, de acordo com ele, vai funcionar principalmente na zona sul de São Paulo, onde atuariam as empresas investigadas na operação.
“[A população de São Paulo deve] Permanecer tranquila porque estamos iniciando agora uma operação, de impacto, preponderantemente na zona sul de São Paulo, mas em toda a capital, para garantir o fluxo do transporte. Nenhum ônibus foi retido durante essa operação, portanto os ônibus estão à disposição, mas por experiência, nós sabemos que o crime organizado transmite informações e espalha boatos de que haverá intersecções nas redes, de que haverá queima de ônibus. Essa rede de boatos acaba trazendo o medo para a população e a insegurança. Então estamos iniciando [a operação] por conta disso, já de uma forma preventiva”, disse ele. “Vamos fazer isso de forma preventiva, não há indicativo que eles [criminosos] estejam se organizando com esse objetivo”, ressaltou.
Segundo o comandante da PM, também será feito patrulhamento na portaria dessas duas empresas “para dar essa tranquilidade e garantir a mobilidade para que o cidadão paulistano possa trabalhar, estudar com tranquilidade durante toda essa semana”.