Artigo Opinião

Oportunidade para reaquecer a economia local

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O aquecimento da economia e do comércio local é um movimento que beneficia toda a sociedade. Quando o poder público e o setor empresarial atuam em conjunto, o resultado é um ciclo virtuoso: o consumidor ganha mais confiança, o comércio amplia suas vendas e o município colhe os frutos em forma de emprego e arrecadação.
No entanto, a realidade atual exige atenção e ação coordenada. Mesmo com o aumento real do salário mínimo nos últimos anos, o poder de compra da população ainda não voltou aos níveis anteriores à pandemia. Os altos preços dos alimentos e de produtos básicos continuam pressionando o orçamento das famílias, o que impacta diretamente o consumo.
O fim de ano representa uma oportunidade valiosa para reverter essa tendência. É o período em que o poder público, em parceria com o empresariado, deve unir esforços para incentivar o comércio local e fortalecer a economia municipal.
Embora os números do varejo não sejam desanimadores, eles indicam que a retomada ainda é tímida. Dados do IBGE mostram que o volume de vendas do varejo cresceu apenas 0,2% em agosto de 2025 em relação a julho, após quatro meses seguidos de queda. No acumulado do ano, o crescimento foi de 1,6%, sinalizando leve recuperação, mas ainda em ritmo mais lento do que no início de 2025.
Mesmo diante desse cenário, o fim de ano segue como o momento mais promissor para o comércio. É quando o consumidor está mais disposto a comprar, e o poder público e os empresários precisam aproveitar esse impulso. Medidas simples, mas eficazes, podem fazer diferença. Campanhas de valorização do comércio local, por exemplo, ajudam a despertar no consumidor o senso de pertencimento e a importância de comprar de empresas do seu entorno.
Historicamente, o poder público adota mecanismos diretos e indiretos para estimular a economia local. Entre eles, o pagamento antecipado da folha do funcionalismo e campanhas promocionais com sorteios para quem compra no comércio da cidade. Tais ações movimentam o dinheiro dentro do próprio município, estimulando uma cadeia que vai do pequeno comerciante ao setor de serviços.
A classe empresarial também tem papel fundamental nesse esforço coletivo. Assim como o poder público, pode lançar campanhas e promoções para reter parte significativa das compras de fim de ano no comércio local. Estratégias de fidelização e parcerias entre lojistas são instrumentos eficazes para enfrentar o desafio imposto pela concorrência digital e pelos grandes centros comerciais.
O fortalecimento do comércio local é uma via de mão dupla. Gera empregos, aumenta a arrecadação de impostos e cria um ambiente mais saudável para o desenvolvimento econômico. “Todos ganham” não é apenas um lema — é uma constatação. Quando o poder público e os empresários caminham juntos em favor da economia local, o resultado é um ciclo de prosperidade que beneficia toda a comunidade.

Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag).

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