Polícia investiga denúncia de incidente homofóbico em padaria de São Paulo
A Polícia Civil investiga uma denúncia de homofobia em uma padaria no Centro de São Paulo. Uma mulher aparece xingando dois homens dentro do estabelecimento. Parte da confusão foi registrada em vídeo.
O caso ocorreu no sábado, em uma padaria na Santa Cecília, e foi levado à delegacia nesta segunda-feira.
De acordo com o boletim de ocorrência, as vítimas contaram que foram ao estabelecimento, e no estacionamento, havia três pessoas em pé, sendo duas mulheres e um homem, paradas em uma vaga.
Quando as vítimas aproximaram o carro para usar esta vaga, duas das pessoas saíram da área para liberar o espaço, mas uma das mulheres teria ficado com os braços cruzados até ser retirada pelo conhecido. Em seguida, esta mulher teria retornado e empurrado o retrovisor do veículo do motorista, além de ter gritado com ele.
Segundo o registro, novamente ela foi contida e passou a agredir as vítimas com termos homofóbicos, como “veados”. Em determinado momento, a agressora atirou um cone contra os dois. A confusão continuou dentro da padaria e foi parcialmente filmada.
Um dos rapazes afirma que teve o rosto atingido pela suspeita. O vídeo mostra que a mulher xingou outras pessoas que estavam na padaria e chegou a falar que “era de família tradicional” e que “teve educação”.
“Sou mais mulher do que você. Eu sou mais macho que você”, diz. “Tirei sangue seu, foi pouco”, fala, na sequência. “E os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação. Diferença dessa por** aí.”
A Polícia Militar foi chamada e ouviu os envolvidos no local. O boletim de ocorrência na PM foi feito como “desinteligência”, por conta da confusão.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que dois homens, ambos com 32 anos, foram vítimas de injúria e lesão corporal na Avenida Angélica, em Santa Cecília.
“As vítimas relataram que, ao chegarem de carro a uma padaria, foram abordadas por um grupo de pessoas, sofrendo agressões físicas. Durante o incidente, um dos agressores lançou um cone de sinalização em direção às vítimas. O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor (injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional) e lesão corporal pela Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi) nesta segunda-feira.
Fonte: g1