Artigo Opinião

Setor produtivo enfrenta crise para atrair mão de obra em Aparecida de Goiânia

(Foto: Shutterstock)

A dificuldade de empresas e empreendimentos de Aparecida de Goiânia em preencher vagas deixou de ser uma queixa isolada para tornar-se um problema sistemático. Mesmo oferecendo salários competitivos, muitos empregadores não encontram profissionais dispostos a ocupar as posições disponíveis – e isso compromete a operação e o crescimento dos polos industriais e empresariais da cidade.
Há exemplos eloquentes: transportadoras com dezenas de vagas para motoristas, com remuneração na faixa de R$ 8 mil a R$ 9 mil, que permanecem abertas por mais de ano. A escassez não se limita a uma atividade: mecânicos, atendentes, secretários e pedreiros (com diárias entre R$ 250 e R$ 300) também estão em falta no mercado local. Vagas existem; candidatos, muitas vezes, não.
O problema se traduz em processos seletivos ineficazes – entrevistas sem comparecimento, desistências no meio do processo e contratação que exige “trato especial” para retenção. Empresários relatam que, para garantir que o funcionário permaneça, acabam por oferecer benefícios e cuidados extra – e mesmo assim a rotatividade e a ausência de mão de obra persistem.
As causas apontadas são múltiplas: questões sociais, como dependência química; a influência de programas assistenciais que alteram expectativas; e mudanças comportamentais, com menos procura ativa por vagas e menos comprometimento com rotinas formais de trabalho. Tudo isso se combina com dificuldades logísticas e de qualificação, ampliando a distância entre oferta e demanda.
Não é questão apenas de pagar mais. É preciso ação articulada: empresas devem melhorar atração, formação e retenção; instituições de ensino precisam alinhar capacitação às necessidades locais; e políticas públicas têm de facilitar transporte, horários e condições que tornem o emprego viável e atraente.
Sem essas medidas coordenadas, polos industriais e empresariais de Aparecida de Goiânia seguirão com postos vagos e inaugurações adiadas, o que é um entrave ao desenvolvimento econômico e um custo para toda a comunidade.

Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia-ACIRLAG

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