Economia

Saiba como funcionam empresas de bolões de loterias e veja dicas para evitar golpes

A ex-BBB Paulinha Leite viralizou nas redes sociais na última segunda-feira (11) após divulgar que ganhou R$ 4 milhões na Lotofácil e ainda dar palpites de números que podem ser sorteados na Mega da Virada, que terá neste ano um prêmio estimado de R$ 550 milhões.

Paulina é conhecida por ganhar na loteria mais de 50 vezes e se diz uma pessoa “sortuda”. Há dois anos, abriu uma empresa de bolões e foi com ela, e outras 64 pessoas, que conseguiu o último prêmio.

A publicação da ex-participante do Big Brother 11 dividiu a opinião dos internautas. Alguns questionaram como a empresa de bolões consegue ganhar tantos sorteios e outros disseram que vão tentar a sorte com o serviço oferecido para aumentar as chances.

“Quem aí acredita nela? Porque eu não. Sinto muito. Mas é difícil em acreditar nessa sorte”, disse um. “Já ganhei bolão dela. Não foi altíssimo, mas o dinheiro cai certinho na conta”, rebateu uma internauta.

No ano passado, Paulinha contou como abriu a empresa, afirmou que sua atividade de organizar é regular e que todas as apostas são feitas corretamente.

“Eu não faço venda de bilhetes. Só organizo bolões. Bolão qualquer pessoa pode fazer. O que não posso fazer, e ninguém pode, é venda de apostas simples.”

Em um comunicado, a Caixa Econômica Federal alerta que não reconhece apostas sem o comprovante impresso nas lotéricas, emitido pelo app Loterias Caixa ou no portal Loterias Caixa.

É lícito, mas é preciso tomar cuidado

José Milagre, advogado e perito especializado em crimes cibernéticos, afirmou que nada impede que apostadores organizem bolões. No entanto, é preciso ficar atento quanto à organização.

“Basta selecionar um grupo, escolher os números da aposta, marcar a quantidade de cotas e registrar em uma lotérica. No entanto, é preciso ficar atento à organização. A Justiça já recebeu processos em que parte de um grupo de apostadores não recebeu o prêmio, pois o organizador fez bolões separados. Deve-se ficar atento ao registro e ao recibo das cotas do bolão”, diz.

“A garantia é um recibo de cota individual que cada apostador tem direito. Lembrando o regime de exclusividade da CAIXA para serviços lotéricos.”

O advogado criminalista Bruno Borragine também ressalta a importância de checar quem é o organizador da aposta.

“A primeira coisa que a pessoa tem que olhar é o capital social da empresa, se ele é alto. Porque como é uma empresa que no fim do dia serve como organização de um bolão e vai fazer a remuneração, ela precisa ter um capital social que sustente a quantidade de pessoas que vão organizar e depositar naquele bolão”, afirma.

“O interessado tem que avaliar o quadro societário, se são pessoas físicas ou se são outras pessoas jurídicas. Se forem outras pessoas jurídicas, já desconfie, porque pode ser golpe. Se for pessoa física, com endereço certo e idônea, aí a chance de ser golpe é menor. Mas, se for pessoa jurídica, a chance de dispersar o dinheiro e você nunca mais encontrar para cobrar é muito alta”, explica Bruno.

Golpe

O advogado José Milagre afirma que golpes e crimes cibernéticos, sobretudo envolvendo “registros online do bolão”, são muito comuns.

“O que existe é compra online de bilhete a um intermediário que deve registrar na lotérica. Assim, pessoas usam as redes para anunciar sites e bolões em grupos e mensageiros e, quando recebem os valores, desaparecem, o que pode caracterizar fraude eletrônica, com pena de até 8 anos de reclusão para os responsáveis”, explica.

“Esse tipo de golpe do bolão está muito comum. Aliás, não era, mas está sendo comum de uns meses para cá, e o crime em que eles incorrem é o de estelionato. Porque eles colocam os interessados em erro, ficam mantendo o erro, praticam essa fraude, ou seja, esse ardil de falar que vai sair o bolão e depois não sai gera prejuízo financeiro”, complementa Bruno Borragine.

“As vítimas podem tanto acionar a Justiça Penal quanto a Cível para reaver os valores”, ressalta.

Fonte: g1

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo