Polícia

Seis policiais militares investigados por tortura são presos e têm celulares apreendidos em Goiânia

Supostos crimes foram cometidos em janeiro deste ano. Vítimas contaram que os PMs abordaram o carro em que estavam e pediram R$ 50 mil e porções de crack.

Seis policiais militares foram presos preventivamente suspeitos de envolvimento em um caso de tortura e em outros delitos, em Goiânia. A prisão e a apreensão dos aparelhos celulares dos policiais, decretada pela Auditoria Militar, foi pedida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).

De acordo com o Ministério Público, a investigação apura a suposta prática dos crimes de tortura, extorsão, sequestro, violação de domicílio e falsidade ideológica, previstos no Código Penal Militar, além do crime de organização criminosa armada, ocorridos em janeiro deste ano.

Presos, os suspeitos foram identificados como Guilherme Carrijo Alvarenga, Lúcio Monsef Ferrera, Gabriel Vinícius Lourenço Freitas, Márcio Junqueira da Silva, Celimar dos Santos Ferreira e Iago Henrique Costa Silva. Os dois últimos, segundo relato da vítima, teriam chegado ao local para o qual ela foi encaminhada, em uma viatura caracterizada da Polícia Militar.

Agora, o Ministério Público oferecerá a denúncia à Justiça, para que tenha início uma ação penal.

Entenda o caso

Segundo o MP, o pedido à Justiça foi embasado no depoimento da vítima à instituição. Nele, a mulher contou que, no dia 7 de janeiro de 2023, por volta das 8 horas da noite, conduzia o próprio carro, acompanhada de seu companheiro, e um casal de amigos com filho pequeno, quando ocorreu a abordagem.

De acordo com a vítima, o veículo dela foi abordado por um carro descaracterizado, de cor branca e cujo os ocupantes desembarcaram e se identificaram como policiais militares. Na sequência, ela relatou que outro veículo chegou ao local, também descaracterizado e ocupado por outros homens, que também se identificaram como policiais militares, sem estarem fardados.

Em seguida, a mulher relatou que, durante a abordagem, os policiais exigiram a entrega de R$ 50 mil e de uma quantidade de crack. Segundo relato do MP, quando a vítima respondeu que não possuía esses itens, os policiais, mesmo sem nenhum indício da existência de crime, a retiveram e a levaram, junto com todos os demais, a um posto de combustível.

A mulher contou que foi conduzida na “gaiola” da viatura caracterizada, enquanto os demais foram levados nas viaturas descaracterizadas. O carro da vítima foi conduzido por um dos policiais militares sem farda e deixado na área do posto.

Tortura

Na sequência, a vítima afirmou que todos foram levados para uma área isolada no Bairro Boa Vista, onde os veículos entraram em uma estrada de terra e se dirigiram até uma área de mata fechada. Lá, a vítima relatou que foi separada do grupo, agredida e torturada, e que as agressões só terminaram quando ela prometeu aos policiais que entregaria a eles determinada quantidade de cigarros que teria em casa.

Ainda de acordo com o relato da vítima, chegando à residência indicada, dois policiais do grupo invadiram o imóvel e começaram a fazer buscas no local, sem que tivessem qualquer decisão judicial que os autorizassem. Nada foi encontrado, e, após algumas voltas, a vítima e o casal de amigos foram libertados.

No entanto, a mulher detalhou que o companheiro dela permaneceu retido na viatura e que o levaram até o estacionamento de um estabelecimento comercial. Na sequência, a vítima relatou que os policiais forjaram um flagrante e o conduziram à Central de Flagrantes, sob o pretexto de que ele teria sido preso em flagrante por tráfico de drogas.

Fonte: g1

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