Zelensky e lideres europeus querem garantia de segurança da Rússia

Presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, juntos com outros líderes europeus na Casa Branca – Foto: REUTERS/Alexander Drago
Trump, Zelensky e sete líderes europeus se reuniram na Casa Branca nesta segunda-feira (18) para discutir uma possível solução para a guerra, que começou em 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
Estão presentes: Emmanuel Macron (presidente da França), Keir Starmer (premiê do Reino Unido), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Ursula von der Leyen (chefe da Comissão Europeia), Mark Rutte (chefe da Otan), Giorgia Meloni (premiê da Itália) e Alexander Stubb (presidente da Finlândia).
De acordo com o presidente dos EUA, Donald Trump, após aparar as arestas com os aliados europeus e voltar a consultar Putin, “em uma ou duas semanas vamos saber se vamos conseguir ou não resolver os combates terríveis”. Ele falou ainda em buscar o “quanto antes” uma reunião trilateral com Zelensky e Putin para alinhar os termos de um acordo.
“Tivemos um dia de muito sucesso até o momento”, afirmou Trump no início da reunião com os líderes europeus e Zelensky, sem dar mais detalhes. O presidente americano disse, sobre seus aliados europeus, achar que “chegaremos a um comum acordo hoje”.
“Vamos ter uma ligação telefônica com Putin logo após essas reuniões de hoje, e talvez tenhamos ou não uma reunião trilateral. (…) Putin está esperando minha ligação quando terminarmos esta reunião. Há uma chance razoável de que essa negociação avance. […] Se tudo funcionar bem hoje, teremos uma reunião trilateral”, afirmou Trump junto com Zelensky no Salão Oval da Casa Branca.
A reunião ocorre dias após uma reunião presencial de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma base militar no Alasca, que terminou sem acordo para cessar-fogo. O evento foi a primeira vez que Putin pisou em solo americano em quase dez anos — e considerado uma vitória diplomática para o Kremlin, que se encontrava à margem da comunidade internacional.
Os termos da conversa entre Trump e Putin não foram divulgados, mas especula-se que Moscou apresentou uma proposta de paz que incluiria o fim dos combates em troca do reconhecimento de territórios ocupados da Ucrânia, sobretudo a Crimeia, como pertencentes à Rússia.
O que está em jogo
Antes da reunião, Zelensky insistiu que não aceitará ceder território e que qualquer acordo precisa ser acompanhado de garantias internacionais semelhantes às do Artigo 5 da Otan, que prevê defesa coletiva em caso de ataque. “A linha de frente é agora o lugar onde essas negociações podem começar”, disse o presidente ucraniano neste domingo.
Trump, por sua vez, declarou no fim de semana que houve “grandes progressos” em sua conversa com Vladimir Putin, no Alasca. Segundo o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, o presidente russo teria sinalizado abertura para discutir garantias de segurança no modelo da Otan, algo descrito como “transformador” — mas sem detalhes sobre os termos.
às vésperas do encontro, os presidente comentaram as propostas nas redes sociais. Trump voltou a pressionar Zelensky para aceitar a proposta de Putin, de anexar territórios como a Crimeia e desistir de fazer parte da Otan. Já o ucraniano negou que cogita ceder terras aos russos.
Esboço da proposta russa
Um rascunho da proposta de Putin para encerrar a guerra começou a circular entre diplomatas, segundo a agência Reuters. O plano prevê a retirada parcial de tropas russas do norte da Ucrânia, mas exige contrapartidas consideradas inaceitáveis por Kiev: o reconhecimento da anexação da Crimeia, a mantenção do controle do Kremlin sobre grande parte do Donbas, a promessa de que a Ucrânia não se juntará à Otan e o alívio das sanções internacionais contra Moscou.
Diplomatas ressaltam que o esboço não é um acordo formal, mas indica a tentativa russa de consolidar ganhos militares e políticos obtidos desde 2022. Para Zelensky, qualquer concessão desse tipo significaria abrir mão da soberania ucraniana.
fonte: g1