Putin diz concordar com cessar-fogo, mas quer discutir proposta com EUA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin – Foto: Maxim Shemetov/Pool/Reuters
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na quinta (13) que o país concordou com um cessar-fogo na Ucrânia, mas que um acordo deve levar a uma “paz duradoura e remover as causas subjacentes desta crise”.
Os dois países estão em guerra há três anos, desde fevereiro de 2022, mas a Rússia já havia tomado territórios ucranianos em 2014.
A Ucrânia já havia aceitado, na terça (11/3) o cessar-fogo proposto pelos EUA após a forte pressão exercida pelo país. Além de congelar a ajuda militar à Ucrânia, Trump bateu boc no fim de fevereiro com Zelensky, que era seu convidado na Casa Branca, em um episódio inédito.
Trump chegou a acusar o presidente ucraniano de “não estar pronto para a paz”.
Trump afirmou que está discutindo com a Ucrânia a concessão de territórios para Moscou e que a proposta está na mesa de Putin: “Agora vamos ver se a Rússia estará lá e, se não estiver, será um momento muito decepcionante para o mundo”.
A declaração de Putin, a primeira sobre o acordo proposto pelos EUA que já foi aceito pela Ucrânia, ocorreu em uma entrevista coletiva no Kremlin após encontro com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.
“Concordamos com as propostas para cessar as hostilidades, mas partimos do fato de que essa interrupção [dos combates] deve ser de forma a levar a uma paz de longo prazo e elimine as causas originais desta crise”, disse Putin a repórteres.
Oficiais de alto escalão russos afirmaram à Reuters que uma proposta de cessar-fogo sem garantias ou compromissos concretos seria improvável de ser aceita pelo presidente russo. Em meio à chegada de Witkoff, o governo russo reiterou suas exigências para um cessar-fogo:
- Deve incluir garantias de segurança ao país;
- Qualquer presença de tropas da Otan na Ucrânia seria inaceitável;
- Não abrirá mão de territórios conquistados na Ucrânia;
- A Ucrânia tem que ser impossibilitada de entrar para a Otan.
A Rússia também corre contra o tempo para buscar uma posição ainda melhor nas negociações de paz. Apesar de estar tecnicamente vencendo a guerra, o país busca conseguir retomar o máximo possível de terras na região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, onde tropas ucranianas realizam contra-ofensiva desde agosto de 2024.