Política

Bolsonaro dedica programa eleitoral ao Nordeste e Lula ataca Orçamento de 2023

Após o inicio da propaganda eleitoral aonde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a propaganda, com cinco minutos, e logo depois veio o presidente Jair Bolsonaro (PL) com outros cinco minutos.

O petista começou o programa eleitoral agradecendo aos mais de 57 milhões de votos que recebeu no primeiro turno. Aproveitou o espaço para também fazer críticas à gestão de Bolsonaro no comando do país. Listou os apoios que já recebeu para o segundo turno, incluindo dos adversários derrotados, Simone Tebet (MDB), e Ciro Gomes (PDT).

Fez ainda um aceno aos evangélicos, lembrando que durante o seu governo foram sancionadas leis que garantiam a liberdade religiosa. Esse grupo é um dos que mais apoia e vota no atual presidente.

Na mesma linha de tentar virar votos, Bolsonaro trouxe no programa o apoio de mulheres, mostrando as deputadas e senadoras eleitas que o apoiam. O voto feminino foi majoritário para o petista. O candidato à reeleição lembrou da votação e eleição recorde de parlamentares alinhados ao seu governo no primeiro turno.

Mostrou ainda todos os governadores reeleitos que já declararam o voto no presidente no segundo turno como, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, Ratinho Junior (PSD), do Paraná. Deixou de fora o apoio do atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo.

O segundo dia da propaganda eleitoral gratuita na TV, neste sábado (8), teve ataques mútuos entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), elogios e afagos aos eleitores nordestinos e críticas ao orçamento de 2023 enviado pelo presidente ao Congresso. Em ambos os programas de cinco minutos cada, os candidatos falaram dos seus legados à frente da Presidência da República e compararam alguns dos feitos.

A propaganda deste sábado (8) foi aberta por Bolsonaro, que começou agradecendo aos moradores do Nordeste pela votação que teve na região no primeiro turno, mas sem citar números – ele recebeu 8,7 milhões de votos contra 21,6 milhões de Lula –, e seguiu dizendo que tem certeza de que “dobrarão a votação que tive no primeiro turno. Afinal de contas, o Nordeste é Brasil”.

O afago à região vem dois dias depois de Bolsonaro relacionar a vitória de Lula na região ao alto índice de analfabetismo. O tom da propaganda segue com eleitores questionando quem diz que nordestino não vota nele e que conseguiram “virar votos” a favor do candidato.

Depois, apresenta feitos da gestão como a criação do Auxílio Brasil de R$ 600; o auxílio gás que “paga 100% do valor do botijão”; a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco, que “ficaram paradas por mais de uma década nos governos do PT de Lula e Dilma” por conta da corrupção, segundo o programa; e a entrega de mais de 420 mil títulos de posse de terra a assentados, lembrando dos episódios de invasão do MST, entre outros.

“O Nordeste tem um potencial enorme, um povo maravilhoso. Benfeitorias continuarão aparecendo para vocês no nosso governo”, disse Bolsonaro antes do programa encerrar com um cordel enaltecendo a cultura nordestina.

Lula focou o programa nos cortes que a equipe econômica de Bolsonaro fez no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023 enviado ao Congresso. “Bolsonaro diz que, com ele, o Brasil vai melhorar no ano que vem. Mas essa mentira é fácil da gente desmascarar”, disse a apresentadora, ressaltando que o documento é de acesso público.

A propaganda cita que o salário mínimo de 2023 terá apenas o reajuste da inflação sem aumento real “pelo quarto ano seguido”; fala do auxílio de R$ 600, afirmando que Bolsonaro “foi contra, mas liberou na véspera da eleição, voltará a ser apenas R$ 405”; corte de 95% no programa de moradias populares, de 97% no ensino infantil, de 80% para creches; R$ 0,36 por criança na merenda escolar “com bolacha e suco em pó”; e cortes em programas como o Farmácia Popular e no combate ao câncer para reservar “R$ 20 bilhões para os deputados do orçamento secreto”.

Na sequência, são apresentadas políticas públicas relativas a esses temas que Lula promete implantar, como reajuste do salário mínimo acima da inflação, a volta do programa Minha Casa Minha Vida e mais investimentos na educação, na saúde e no Farmácia Popular.

“O segundo turno é uma oportunidade extraordinária para você comparar dois projetos de país e escolher quem tem mais condições de cuidar do Brasil. Enquanto o atual presidente cortou dinheiro do SUS [Sistema Único de Saúde] em plena pandemia, você sabe que nós não vamos deixar faltar dinheiro para a saúde”, disse Lula na propaganda, afirmando que fará investimentos nas creches e na merenda, entre outros.

Logo depois, a propaganda apresenta alguns dos mais recentes apoios que o petista tem recebido, como da senadora Simone Tebet (MDB), que concorreu com ele na eleição e terminou a disputa em terceiro lugar; o PDT e Ciro Gomes, antigo aliado que fez críticas ácidas ao longo do primeiro turno; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB); governadores como Helder Barbalho (MDB-PA) e Rafael Fontelles (PT-PI); a ex-ministra Marina Silva (Rede), o ex-ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros.

Ataques e propostas
O segundo dia da propaganda eleitoral gratuita na TV seguiu o tom do primeiro, na sexta (7), com ataques mútuos, propostas dos planos de governo e defesa dos legados à frente da Presidência da República. A expectativa é de que siga assim até o final da campanha, principalmente com temas relativos à pauta moral, como aborto e religião.

juo

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