Elevado na BR-153: falta vontade política para tirar a obra do papel

Foto: Imagem Ilustrativa internet
Obra fundamental para a mobilidade de milhares de moradores da região leste de Aparecida de Goiânia foi esquecida pelo poder público, após reuniões e promessa de construção
A Região Leste de Aparecida de Goiânia convive há anos com o isolamento imposto pela BR-153. O viaduto do Parque das Laranjeiras é hoje o principal elo entre bairros e Goiânia, mas já não suporta o volume de veículos – sobretudo nos horários de pico – e a consequência é rotina de congestionamentos, perda de tempo e custo econômico para quem vive e trabalha na área.
Em novembro de 2023, prefeitos e técnicos anunciaram um termo de cooperação para a construção de um elevado sobre a BR-153, na altura da Avenida Bela Vista, próximo ao Hospital de Medicina Alternativa. Tratava-se de um projeto pré-moldado, com prazo estimado de seis meses e previsão de reduzir em 30% o tráfego no trevo do Parque das Laranjeiras.
O custo divulgado foi de R$ 16 milhões, com financiamento via empréstimo do banco dos Brics. A Prefeitura de Aparecida teria a responsabilidade de aprovar o projeto junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres, obter licenças ambientais e conduzir execução.
O problema é que, passados meses, pouco avançou além das promessas. Não faltam estudos ou justificativas técnicas – falta decisão. Essa lacuna entre projeto e obra evidencia o ponto central: não é a técnica nem o recurso que travam a solução, é a falta de vontade política e de coordenação entre entes. Enquanto isso, moradores de bairros como Santa Luzia e Jardim Olímpico, além de condomínios e polos industriais, seguem penalizados por um trânsito que emperra a vida cotidiana e freia a atividade econômica.
A Acirlag e a comunidade local já sinalizaram a urgência da integração viária com Goiânia. Além do elevado da Bela Vista, existe previsão para outro viaduto ligando o Centro de Aparecida ao Retiro do Bosque – medidas complementares ao anel viário que poderiam redistribuir fluxos e reduzir tráfego pesado na BR-153. Tudo isso é exequível; o que falta é assumir responsabilidades, definir cronograma e executar.
Se há consenso técnico e meios de financiamento, a única variável que impede a obra é política. Prefeituras, deputados e governo federal precisam transformar interlocuções em prazos e ações concretas. A população da Região Leste já esperou bastante – agora exige-se atitude: construir ou assumir a decisão de continuar postergando.
Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag).


