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Policiais civis e militares ligados ou delatados pelo empresário do PCC, devem sofrerem punições

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e delator do PCC, executado no aeroporto de Guarulhos (SP)Foto: Divulgação

A força-tarefa criada para apurar a execução do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado a tiros na última semana no Aeroporto Internacional de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, afastou mais quatro policiais militares investigados pela Corregedoria da corporação por fazer escolta para o delator. Agora, portanto, são oito PMs investigados. Uma possível participação dos agentes na morte de Gritzbach também não é descartada.

O documento confirmando o afastamento de todos os policiais militares foi assinado pelo coronel Fábio Sérgio do Amaral, chefe da Corregedoria da PM, segundo anúncio feito pela Secretaria da Segurança Público. Ele é um dos integrantes da força-tarefa apresentada nesta segunda-feira, 11, que é comandada pelo secretário-executivo da pasta, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.

Os oito policiais militares que prestavam serviço particular de segurança para o empresário Antônio Vinícius Grizbach já estavam sendo investigados há cerca de dois meses e devem ser demitidos.

De acordo com a cúpula da Polícia Militar de São Paulo. Os PMs haviam sido flagrados em abril fazendo a segurança para o empresário numa suficiência no Fórum da Barra Funda.

A conduta é ilegal e tida como incompatível à atuação da PM, especialmente pelo fato de Grizbach ser um réu confesso de envolvimento com o PCC.

Na prática, isso significa que mesmo que o inquérito não revelar nenhum tipo de envolvimento deles com a morte de Gritzbach, eles devem acabar expulsos da corporação por falta grave.

O ‘bico’ é ilegal na PM. Ele só é institucionalizado em casos específicos, como a Operação Delegada, feita em parceria com a prefeitura, que prevê escala específica e remuneração adicional, mas na prestação de serviço público e não privado.

A Corregedoria da Polícia Civil também acompanha os policiais civis que foram citados no acordo de colaboração firmado pelo Ministério Público. Parte dos extratos da delação de Gritzbach foi encaminhada à instituição, que deu início em outubro a uma apuração sigilosa, com providências administrativas preliminares para individualização da conduta de cada um.

Além dos oito policiais militares que atuavam como seguranças, policiais civis que tinham sido denunciados pelo empresário também foram afastados.

Estão no centro da proposta de delação do empresário policiais de dois departamentos de Polícia Civil – Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – e de duas delegacias da capital paulista – os Distritos Policiais 24 (Ermelino Matarazzo) e 30 (Tatuapé).

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse nesta segunda que vai afastar policiais civis citados em delação por Gritzbach. Segundo o empresário, havia agentes que manipulavam inquéritos para livrar membros do PCC da acusação de crimes, mediante pagamento de propinas.

“Nós vamos investigar até o fundo, doa a quem doer. Se tiver algum policial envolvido com a morte dele, também vai ser penalizado”, disse ao Estadão o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, à frente da força-tarefa. Os nomes e o número de policiais citados por Gritzbach não foram revelados pelas autoridades.

Integram a força-tarefa, além de Gonçalves, o delegado Caetano Paulo Filho, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol); a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, o coronel Pedro Luís de Sousa Lopes, chefe do setor de Inteligência da Polícia Militar; coronel Fábio Sérgio do Amaral, corregedor da Polícia Militar; e Karin Kawakami de Vicente, perita criminal da Polícia Científica.

Ao menos 50 policiais, de diferentes setores, devem participar da força-tarefa. Segundo Derrite, também acompanham os trabalhos integrantes do Ministério Público do Estado de São Paulo e de autoridades federais, como a Polícia Federal. Representantes desses dois órgãos estiveram estiveram presentes, alguns virtualmente, em reunião realizada nesta segunda-feira para discutir a atuação da recém-criada iniciativa.

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